Criticado por "esconder" Geraldo Alckmin (PSDB) em sua campanha no primeiro turno e por tentar "pegar carona" na popularidade de Jair Bolsonaro (PSL) no segundo, o candidato tucano ao governo de São Paulo, João Doria, citou 14 vezes mais o nome do capitão reformado do Exército do que o de seu padrinho político nas redes sociais desde o início oficial da campanha, em agosto.
Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo em mais de 350 publicações e 250 vídeos divulgados nas páginas de Doria no Twitter e Facebook constatou 57 citações do ex-prefeito a Bolsonaro, ante apenas quatro ao ex-governador paulista, que ficou em quarto lugar na corrida ao Palácio do Planalto. Somadas as duas redes, Doria tem 3,5 milhões de seguidores.
São textos e vídeos com declarações explícitas de apoio a Bolsonaro ou com as expressões #BolsoDoria, em referência à dobradinha nas duas eleições, ou #B17, em alusão ao número do presidenciável do PSL. Já Alckmin foi lembrado em apenas dois posts com a hashtag "geraldopresidente" em setembro e outros dois publicados nesta quarta-feira, 24, nos quais Doria afirma que não indicará o ex-governador para ser seu secretário da Segurança Pública, caso seja eleito. Não há pedido de voto a Alckmin e nenhuma fala do presidenciável tucano.
Com exceção da mensagem de solidariedade publicada no dia em que Bolsonaro foi alvo de ataque em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro, todas as referências de Doria ao presidenciável do PSL ocorreram no segundo turno, uma média de três menções por dia. Doria já vinha sendo criticado por alckimistas por esconder o ex-governador desde o início da campanha, mas a crise se agravou dias antes do primeiro turno, quando aliados de Doria passaram a incentivar o voto BolsoDoria. Em São Paulo, Bolsonaro obteve mais de 12 milhões de votos (53%) enquanto Alckmin teve pouco mais de 2 milhões (9,5%).
Em nota, a assessoria de Doria afirmou que ele "fez campanha com o PSDB ao lado de Geraldo Alckmin durante todo o primeiro turno, declarando apoio a ele em manifestações, agendas e entrevistas. Doria só manifestou apoio a Jair Bolsonaro após a conclusão da apuração dos votos do primeiro turno". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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