O empresário Romeu Zema (Novo) será o novo governador de Minas Gerais. O empresário teve 71,8% dos votos dos mineiros (6.963.914) contra 28,2% (2.734.535) do candidato Antonio Anastasia (PSDB). A vitória confirma a larga vantagem que o candidato do Novo apresentava nas pesquisas ao longo de todo o segundo turno, após a surpreendente vitória em primeiro turno, com 43,05%.
Durante toda a campanha, Zema admitiu que não conhecia os detalhes da administração pública e que não hesitaria em mudar propostas em seu plano de governo. “Sou novato, mas estou aprendendo e vou mostrar que sei fazer melhor do que os políticos experientes.”
Natural de Araxá, cidade do Alto Paranaíba, o empresário de 54 anos, completados neste domingo, apostou na cobrança por mudança da população e no crescente sentimento de rejeição aos políticos tradicionais para vencer as eleições. “As pessoas estão cansadas dos políticos de sempre. Eles não entenderam que as velhas práticas não têm mais espaço com o eleitor”, avaliou Zema durante ato de campanha.
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O então candidato do Novo soube aproveitar o momento de descrença de grande parte da população com políticos, se apresentando como um outsider. Com forte sotaque do interior mineiro, prometeu a redução das secretarias e o corte de 80% nas indicações políticas. “Gastar menos do que ganha, essa experiência de gestão eu tenho e é essa experiência que vai consertar Minas Gerais. É acabar com as mordomias e privilégios dos políticos, ter uma gestão eficiente, sem puxa-sacos. É essa experiência que vou levar para o setor público”, afirmou Zema em sua propaganda eleitoral.
Fora dos debates
Com pouco espaço na propaganda eleitoral de televisão e de fora dos debates no primeiro turno por seu partido não atender aos requisitos mínimos da legislação, Zema aproveitou o único debate no qual participou para pedir voto ao então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL).Assessores próximos de Zema minimizaram a declaração de apoio a Bolsonaro como fator decisivo para o crescimento do candidato, mas admitem que a “onda bolsonarista” que cresceu no final do primeiro turno influenciou o surpreendente resultado das urnas. “Vamos discutir para o resto da eternidade se a declaração pedindo voto para Amoêdo e Bolsonaro teve tanto impacto e foi assim tão relevante. Foi uma declaração feita à 1h da madrugada. Mas claro que teve impacto”, avalia o vereador Matheus Simões (Novo). A referência ao capitão reformado foi considerada “inaceitável” pelo diretório nacional do partido, mas a situação foi contornada rapidamente.
Na campanha para o segundo turno, Zema voltou a declarar voto no capitão reformado do Exército e participou de atos em favor de Bolsonaro. Mesmo sem receber o apoio formal do PSL (a legenda declarou neutralidade em Minas), o empresário mineiro lançou o bordão “Bolsozema” para pedir votos para ele e para Bolsonaro. A tática deu certo e Romeu Zema chega ao Palácio da Liberdade quatro meses depois de aparecer nas primeiras pesquisas eleitorais com apenas 2% das intenções de voto..