O presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado federal Domingos Sávio, fez neste domingo (28) um mea-culpa e disse que o erro do partido foi ter aderido ao governo do presidente Michel Temer (MDB). O dirigente afirmou que o envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB), que foi a principal liderança tucana no estado, também afetou o desempenho do senador Antonio Anastasia, que acabou derrotado para o empresário Romeu Zema, do Novo, por uma larga diferença de 71,8% a 28,2%.
Segundo Domingos Sávio, o principal erro do PSDB foi chegar ao poder sem ser eleito pelas urnas. “O momento que o PSDB passou a participar do governo depois de passar 14 anos na oposição, sem ganhar a eleição, o PSDB virou poder, isso foi um grande erro, é óbvio que foi um grande erro”, disse.
Para o presidente do PSDB mineiro, se não fosse a adesão ao governo Temer, o PSDB seria o partido para ganhar a presidência da república e o governo de Minas. “A gente perdeu a legitimidade de se contrapor a quem está no poder”, disse.
Para Domingos Sávio, o PSDB acertou ao apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas naquele momento deveria ter apoiado as propostas para o país sem participar do governo Temer. O tucano chamou de “palhaçada do PT” o discurso de que o impeachment foi um golpe. “O erro foi virar poder antes da eleição”.
De acordo com Sávio, o episódio de Aécio Neves foi “difícil” porque não houve todos os julgamentos. “Não podemos fechar os olhos à realidade e dizer que não afetou. Precisamos fazer uma autocrítica e rediscutir o partido, tendo como referência a social democracia.”
Em relação ao governo de Jair Bolsonaro (PSL), o presidente do PSDB mineiro afirmou que ainda vai haver discussão, mas adiantou que o partido não ser furtará a apoiar o que for bom. Ele defendeu, no entanto, que a legenda não ocupe cargos no governo.
“Se não foi eleito, o PSDB não deve fazer parte do governo Bolsonaro.” Já sobre o governo Zema, o deputado Domingos Sávio disse que a proposta que foi eleita é antagônica à de Anastasia, o que faz com que o PSDB seja oposição para evitar que Minas “seja liquidada”. No entanto, ele afirmou que o partido está aberto ao diálogo.