Com o aval de 6.963.806 eleitores de Minas Gerais, o empresário Romeu Zema (Novo) assume em primeiro de janeiro o Palácio da Liberdade. Com 100% das urnas apuradas, o mineiro de Araxá, no Triângulo, derrotou o senador Antonio Anastasia (PSDB), escolhido por 2.734.452 pessoas que foram ontem às urnas. Em votos válidos, o placar foi de 71,8% a 28,2%. Depois de passar a campanha admitindo que não conhece os detalhes da administração pública, a partir de hoje seus assessores começam a discutir a formação da equipe de transição – que terá 60 dias para se inteirar da real situação do estado.
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MG: com 100% das seções apuradas, Zema teve 71,80% dos votos válidosNas cidades natais dos candidatos, Zema teve 21 vezes mais votos que Anastasia em Araxá e venceu também em BHNo discurso da vitória, Zema promete reduzir cargos comissionados e tem cautela em relação a privatizaçõesRomeu Zema afirmou temer que a situação de Minas Gerais seja ainda pior que o cenário divulgado pelo governo. A previsão de déficit do estado para 2019 é de R$ 11,4 bilhões. “Tenho dito sempre nas minhas falas que o estado está falido, é um doente terminal, e precisa de medidas urgentes.
De acordo com Zema, ainda hoje sua equipe entrará em contato com o governo de Fernando Pimentel (PT) e o TCE em busca de informações sobre Minas Gerais. Outra frente vai buscar com a União uma renegociação da dívida de Minas. Segundo ele, técnicos de sua campanha já tiveram uma primeira reunião com representantes do Ministério da Fazenda em Brasília. Agora, na condição de eleito, o empresário quer participar da conversa.
Voto consciente
Único governador do partido Novo, Romeu Zema afirmou que quer transformar sua gestão em uma vitrine para a legenda e o país, baseada no corte de gastos e de cargos comissionados e marcada pela transparência no uso do dinheiro público. O governador eleito ainda fez um apelo para que a Assembleia Legislativa o ajude na gestão.
Ele repetiu que o governo não virará um “balcão de negócios” com “alguém votando a favor dos mineiros somente porque vai ter um benefício pessoal” e que não chamará nenhum parlamentar para compor o secretariado. “Sempre fui uma pessoa extremamente acessível e aberta ao diálogo. Vou governar escutando as pessoas, a Assembleia Legislativa, o Judiciário. Não me considero o dono da verdade, um herói, nem o salvador da pátria”, disse.
Zema informou ainda que conversou com o senador Antonio Anastasia após a divulgação do resultado do segundo turno e ouviu dele que estará à disposição de Minas no Senado. O mandato do tucano termina em fevereiro de 2023. Questionado sobre a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa pela Presidência da República, o futuro governador afirmou que foi “altamente positiva”, especialmente pelo fato de ter derrotado o PT.