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Estado de Minas

Análise: Começou a eleição presidencial de 2022

Além de Fernando Haddad, outros com ambições para o pleito - Ciro Gomes, Luciano Huck - já tentaram, delimitar espaço na próxima corrida presidencial. Mas nenhuma ação foi tão sintomática quanto o convite, prontamente aceito, por Sérgio Moro


postado em 02/11/2018 11:00 / atualizado em 02/11/2018 11:38

(foto: Mauro Pimentel, Nelson Almeida, Thiago Gadelha/AFP e Reprodução/Instagram)
(foto: Mauro Pimentel, Nelson Almeida, Thiago Gadelha/AFP e Reprodução/Instagram)

“Mito!”, gritou uma vizinha do presidente eleito Jair Bolsonaro, no fim da manhã de ontem. Mas ela não saudava o dono da casa, e sim o visitante que acabava de chegar ao condomínio: Sérgio Moro. O juiz saiu da República de Curitiba para se apresentar no QG do capitão reformado, na Barra da Tijuca. Deixou o Rio como futuro ministro da Justiça. E como potencial candidato à sucessão de Bolsonaro.

Menos de uma semana depois do segundo turno de 2018, surgem os primeiros movimentos para as eleições presidenciais de 2022. Além de Fernando Haddad, outros com ambições para o pleito – Ciro Gomes, Luciano Huck – já tentaram, nos últimos dias, delimitar espaço na próxima corrida presidencial. Mas nenhuma ação foi tão sintomática quanto o convite, prontamente aceito, por Sérgio Moro. Ao decidir ocupar um lugar de destaque na Esplanada dos Ministérios, o juiz deu de ombros para a forte reação dos defensores dos que foram por ele condenados e para o ressurgimento do discurso de parcialidade nos julgamentos da Lava-Jato. Moro preferiu contar com a adesão popular que obteve com a operação para receber de Bolsonaro o comando direto de duas bandeiras essenciais para a eleição do candidato do PSL: o combate à corrupção e ao crime organizado. Caso Moro seja bem-sucedido, quem terá maiores condições de “mitar” nas urnas? E, se der errado, o presidente terá clima para demitir um auxiliar que carrega, para boa parte da população, a aura de herói?

Sérgio Moro tem 46 anos, dezessete a menos que Jair Bolsonaro. Tem muito tempo de política pela frente. Ele poderá esperar até o presidente tentar a reeleição para buscar o seu caminho até o Palácio do Planalto. Enquanto isso, a Lava-Jato deve prosseguir. E com consequências imprevisíveis para o mundo político. “Ainda há bastante por fazer e será feito”, alertou o procurador Deltan Dallagnol, sinalizando que o MPF vai prosseguir no mesmo ritmo com a operação. O desafio do futuro ex-juiz agora é outro. É imenso, mas poucos, pouquíssimos brasileiros somam tantos atributos para enfrentá-lo, ao menos no que se refere ao combate do mecanismo da corrupção. A pasta da Justiça, ainda mais turbinada, deve render a Moro protagonismo inédito para um ministro. Caberá a Bolsonaro, que já terceirizou a política econômica para Paulo Guedes, ter habilidade para não se tornar um coadjuvante do próprio mandato.

 


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