O presidente eleito, Jair Bolsonaro, ignorou a imprensa ao longo de todo o dia. Pela manhã, Bolsonaro, chegou a deixar o carro da Polícia Federal que o levava para um passeio na Restinga da Marambaia, uma área de reserva da Marinha, em Mangaratiba, município do litoral sul do Rio. Sorriu e acenou para mais de 50 pessoas que se aglomeravam na saída de seu condomínio, na Barra da Tijuca, mas não falou com dezenas de jornalistas que fazem plantão diariamente na porta do local, e que também não haviam sido informados de sua agenda.
No embarque para a Restinga, no Iate Clube de Itacuruça, Bolsonaro se recusou a responder às perguntas da equipe do Estadão/Brodcast, que chegou ao local a tempo de vê-lo embarcar em uma lancha da Marinha. Um cinegrafista de uma emissora de tevê, que conseguiu embarcar em um barco de apoio, chegou à Ilha da Marambaia, mas foi enviado de volta ao continente por agentes da segurança. No retorno, cerca de quatro horas depois, os jornalistas também foram impedidos de permanecer no deck do Iate Clube de Itacuruça, onde mais de cem pessoas aguardavam o presidente eleito aos gritos de "Mito! Mito!", como ele costuma ser chamado.
O passeio durou cerca de quatro horas. Diferentemente do embarque, quando posou para fotos durante mais de cinco minutos com cerca de 20 pessoas que foram surpreendidas por sua chegada, na volta praticamente não houve interação. Dessa vez, mais de uma centena de pessoas que o aguardavam no local. Os seguranças da Polícia Federal posicionaram os cinco carros e embarcaram a comitiva do presidente eleito, com cerca de dez pessoas, em menos de dois minutos.
Bolsonaro estava acompanhado da mulher, Michele, da filha mais nova e do filho Carlos Bolsonaro, além de alguns amigos e seguranças da Polícia Federal. Foi recebido por oficiais da Marinha, que possui um restaurante de acesso restrito na Reserva para onde desde cedo foram levados mantimentos para fazer o almoço do presidente eleito, que pediu para comer peixe.
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