No dia em que completa três anos do maior desastre ambiental da história do Brasil – o rompimento da barragem do Funão, em Mariana –, o governador eleito Romeu Zema (Novo) defendeu uma legislação ambiental "bastante rígida" no estado, mas reafirmou a proposta de fundir as secretarias de Meio Ambiente; Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Reforma Agrária.
De acordo com Zema, a proposta surgiu de um estudo preliminar que indicou a viabilidade. "Todo país desenvolvido que nós analisamos tem a secretaria de agricultura e de meio ambiente na mesma pasta. E vale lembrar que aqui a secretaria de Meio Ambiente vai ser preservada de forma intacta. Ela só estaria subordinada ao secretário que vai estar lidando com essas duas áreas", afirmou o empresário, que participou de um encontro com representantes da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt) na manhã desta segunda-feira.
O governador eleito disse ainda que há se reuniu com várias entidades ligadas ao setor de agricultura e meio ambiente e não houve qualquer manifestação contrária. "Mas estamos sujeitos a reanalisar caso fique provado que possa haver alguma perda, que a função dela possa vir a ser afetada", assegurou.
Romeu Zema afirmou também que a nova pasta será entregue a um secretário técnico, capacitado para gerenciar e "zelar" pelas duas áreas, incluindo a agilização das licenças ambientais. "Hoje temos licenças de mineradoras que estão aí há 10 anos ou mais aguardando solução". Para o governador eleito, é possível conciliar o desenvolvimento com a preservação do meio ambiente.
Secretariado
Nesta semana o partido Novo definirá qual empresa será contratada para fazer a seleção de secretários para o governo. Romeu Zema disse que já recebeu vários currículos de pessoas interessadas em integrar o governo, mesmo sabendo que não haverá remuneração para a equipe até que o salário dos servidores seja colocado em dia.
Questionado sobre o interesse de profissionais qualificados em assumir secretarias sem remuneração, Zema disse que o assunto não traz "perturbação". "Nós sabemos que muitas entidades não- governamentais tem voluntários de altíssima qualificação".
Ainda segundo o governador eleito, ele esta "surpreso" com o número de técnicos qualificados se oferecendo para trabalhar. " São pessoas que já estão em conselhos de administração de grandes empresas ou que já tem a vida bem estruturada", alegou.