O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira, 5, em entrevista veiculada pela TV Aparecida, que o Brasil deve buscar parcerias com o mundo todo, sem viés ideológico. Ele defendeu uma agenda de desburocratização para destravar a economia e recuperar o nível de emprego. "Precisamos tirar o estado do pé de quem quer investir. (Precisamos) ter menos participação de Brasília e deixar que Estados possam implementar suas políticas de forma mais objetiva sem viés autoritário do Estado como é feito atualmente", disse.
Ele disse que não apoiará a permanência do Brasil no Acordo de Paris (clima) se a contrapartida for perder "jurisdição" sobre parte do território da Amazônia.
Questionado sobre a situação dos imigrantes venezuelanos, Bolsonaro disse que o país precisa receber os refugiados, mas também tomar medidas contra o presidente Venezuelano, Nicolás Maduro. Segundo ele, a situação do país vizinho não teria chegado ao estágio atual se ele já fosse presidente, pois ele teria tomado medidas contra o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. O presidente eleito criticou também a lei de imigração. "Não pode qualquer um vir ao Brasil com mais direito que brasileiro", disse.
À emissora católica, o presidente eleito disse que tem o compromisso de não deixar ampliar as hipóteses em que o aborto é permitido, mas não quis dizer que decisão tomará caso o tema avance no Congresso. "Peço a Deus que me ilumine", disse, frisando que há hipóteses, e risco de vida para a mãe, que considera de difícil solução.
Questionado sobre porte de armas e a situação penal, Bolsonaro disse à TV Aparecida, que pretende buscar maneiras para que preso seja socializado. Ele reagiu, porém, à tese de que a lotação dos presídios atrapalha. Segundo ele, não pode ter pena do "estuprador, do homicida" reduzida porque o presídio está cheio.
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