O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), desembarca em Brasília, hoje, para intensificar a agenda de transição. Ele embarca cedo no Galeão, no Rio de Janeiro, e deve chegar à capital federal por volta de 8h30. Passará a maior parte da manhã no Banco do Brasil e no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde ocorrem as reuniões de transição. À tarde, fará visitas institucionais ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Militar (STM).
Bolsonaro quer rodar Brasília e começar a falar sobre o que pretende fazer. Nos últimos dias, o presidente eleito diminuiu a intensidade do esquema de segurança e andou pelas ruas do Rio de Janeiro. Especialistas acreditam que há indícios de que ele tenta se identificar com o eleitor, demonstrando aparente normalidade em sua rotina presidencial.
“É o mesmo que Jânio Quadros e Fernando Collor fizeram durante a trajetória política deles. Jango comia sanduíche de mortadela em comício, colocava caspa no paletó para mostrar às pessoas como era comum. Collor fazia corridas em volta do Lago Paranoá, coisa comum na cidade. Esses gestos se tornaram presentes na carreira de políticos que pretendem consolidar a imagem como a de um brasileiro comum”, analisa Antônio José Barbosa, professor de história política contemporânea da Universidade de Brasília (UnB). “Não tenho dúvida de que Bolsonaro, que fez campanha centrada nesse aspecto de normalidade, atraiu 57 milhões de votos agindo desta maneira”, acrescentou.
Aliados dizem tratar como normal a ida a um caixa eletrônico. “São atividades do dia a dia. Brasileiros comuns, como o presidente eleito, precisam se organizar para resolver questões domésticas”, afirmou um dos integrantes da equipe de Bolsonaro em Brasília.
Conversas sobre o governo
De manhã, segundo o ministro extraordinário, Onyx Lorenzoni, as conversas devem girar a respeito da formatação do governo, a estrutura ministerial e os nomes indicados para assumir algumas pastas. “As definições, eu espero, devem acontecer a partir de amanhã, já”, disse. “Essa definição ainda depende do presidente”, afirmou Onyx, ao ser questionado sobre o número de ministérios que o governo terá. “Espero que já possamos falar em um desenho definitivo na quarta-feira. Mas essa é uma escolha do presidente.” Na quarta-feira, Bolsonaro deve passar a manhã no CCBB. À tarde, ele deve receber parlamentares e representantes de embaixadas.