A equipe de transição e os parlamentares do PSL começaram a se articular para evitar a votação de novas pautas bombas no Congresso, que possam prejudicar o ajuste fiscal que o governo de Jair Bolsonaro pretende fazer. O assunto foi tratado em reunião nesta terça-feira, 13, entre parlamentares e o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
"A reunião foi para evitar a votação de pautas bombas e alinhar a comunicação para não ter nenhum tipo de ruído", afirmou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) ao deixar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde a equipe de transição trabalha desde a semana passada.
Eduardo afirmou que seu pai, o presidente eleito Jair Bolsonaro, deve entrar em contato com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ0, e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), ainda nesta terça para tratar do assunto.
Na semana passada, Eunício colocou para votação, de surpresa, o aumento salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A aprovação do ajuste causará um impacto negativo nas contas públicas e causou desconforto entre o Congresso e a equipe de transição. Sobre o reajuste salarial do STF, Eduardo Bolsonaro disse que a "questão já foi ultrapassada, infelizmente".
Eduardo disse ainda que o PSL pretende discutir projetos que possam prejudicar o ajuste fiscal com "todos que estejam dispostos a dialogar".
"O papel do governo que está de saída é equilibrar as contas e não gerar mais gastos, colocando para o governo futuro uma situação pior da crise financeira", acrescentou. Ele disse ainda que o Brasil está com as contas no limite.
O senador eleito major Olímpio (PSL), que também participou da reunião, destacou que os parlamentares do partido estão acompanhando os projetos em tramitação no Congresso e o alinhamento deles com os planos do futuro governo. "Estamos com uma comissão de verificação de votação para ver a orientação do grupo de transição e para que possamos fazer a sustentação de apoio ou não a qualquer projeto que vá ser votado na Câmara e no Senado."
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