O presidente Michel Temer encerrou nesta sexta-feira, 16, uma rápida passagem de 24 horas pela Guatemala, onde participou da Cúpula Ibero-americana na cidade de Antigua. Após discurso protocolar no plenário da reunião, em que defendeu a austeridade fiscal como forma de combater a desigualdade, Temer falou por três minutos com jornalistas. Na conversa, afirmou que o Brasil estará preparado para uma eventual falta de médicos, caso Cuba retire seus profissionais, e disse que está preocupado com o impacto econômico do reajuste dos ministros do STF, mas garantiu que ainda não decidiu se veta o aumento.
"Ainda estou examinando. Não pode haver nenhum agravo econômico ou perda para a união ou para os Estados", disse. "Mandei fazer uma avaliação e ainda tenho tempo para decidir sobre isso mais adiante." O reajuste foi aprovado pelo Senado na semana passada. De acordo com o texto, os salários dos ministros passariam de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. O presidente tem até o dia 28 para decidir se veta ou não o aumento.
Sobre o impacto da retirada dos médicos cubanos do programa Mais Médicos, Temer disse já ter orientado o Ministério da Saúde a contratar substitutos. "Vamos abrir vagas, não só por meio de concursos, mas com contratações para suprir a eventual falta de médicos cubanos", afirmou.
O presidente ainda comentou rumores de que funcionários do Itamaraty teriam recebido mal a nomeação do embaixador Ernesto Fraga Araújo como novo chanceler brasileiro - e de que o futuro governo já estaria pensando em substitui-lo.
Por fim, a poucas semanas de deixar o cargo, ele falou brevemente sobre perder o foro privilegiado. Temer foi alvo de duas denúncias da Procuradoria-Geral da República, ambas travadas pela Câmara dos Deputados, e é investigado em dois inquéritos em andamento no Supremo Tribunal Federal. Recentemente, surgiram boatos de que estaria negociando com Bolsonaro o posto de embaixador em Roma para manter a prerrogativa. O presidente negou novamente qualquer conversa. "Nunca se falou sobre isto.".