A cúpula do partido Novo assumiu postos-chave na transição de governo em Minas Gerais para montagem do secretariado do empresário Romeu Zema e na renegociação de dívida junto à União, hoje em cerca de R$ 90 bilhões. O presidente nacional do partido, João Amoêdo, viaja pelo menos uma vez por semana para Minas para reuniões – a mais recente ocorreu na terça-feira passada. Nas finanças, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, coordenador econômico do Novo, passou a exercer a mesma função na equipe do governador eleito em Minas para articulações sobre o passivo do estado em Brasília.
A renegociação da dívida é vista por Romeu Zema como ponto crucial. A Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019 enviada pelo atual governador, Fernando Pimentel (PT), à Assembleia Legislativa prevê déficit de R$ 5,6 bilhões para o período. Desde fevereiro de 2016, o funcionalismo público mineiro recebe os salários de forma escalonada. Nas reuniões com representantes do governo federal, Gustavo Franco, que já foi filiado ao PSDB, discute com técnicos medidas que podem ser tomadas pelo estado para que, em contrapartida, a dívida seja renegociada.
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As reuniões de Zema e Amoêdo em Minas Gerais têm como principal objetivo definir ações para os 100 primeiros dias de governo. Ainda na área política, segundo o coordenador da equipe de transição do governador eleito, a expectativa é de que todo o secretariado seja anunciado até 15 de dezembro. A escolha não será divulgada em bloco. “A decisão tomada é no sentido de divulgar cada nome por área temática”, afirmou Simões.
SECRETÁRIOS Zema anunciou na última sexta-feira os primeiros nomes de seu secretariado. O contador Gustavo Barbosa assumirá a pasta da Fazenda e o engenheiro Otto Alexandre Levy Reis, a de Planejamento e Gestão.
Assim como na iniciativa privada, Zema escolheu seus secretários por recrutamento amplo, coordenado por empresa de recursos humanos, que presta o serviço voluntariamente. Durante a campanha eleitoral, Zema anunciou a redução das 21 secretarias para nove.
Com a definição dos principais secretários, a expectativa agora é de que as próximas agendas em Brasília para discussão da dívida já devem ser feitas com Gustavo Barbosa. Segundo Mateus Simões, as negociações com Gustavo Franco à frente já estão adiantadas e que, agora, é preciso ter o diagnóstico financeiro do estado em mãos para que se possa definir as propostas necessárias..