A intenção do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de fechar a composição da equipe de ministros esta semana transforma os cinco dias num momento decisivo e crucial para arbitrar a disputa no setor de infraestrutura — o único que não teve ministros anunciados nesses quase 30 dias após a eleição em segundo turno. Até aqui, há apenas a decisão do governo de dividir a área em dois ministérios: um de Infraestrutura, que ficará responsável por transportes (incluindo portos e aviação civil) e comunicações; e outro, de Minas e Energia. Nos dois setores, há uma briga interna entre os três grandes grupos que compõem o governo — o econômico, o político e o militar.
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Bolsonaro prefere manter distância de TemerBolsonaro diz ser contra revalidação de diplomas para médicos brasileirosBolsonaro almoça com militares em única agenda oficial de domingoBolsonaro passa o dia hoje em Brasília para série de reuniõesEssas disputas e a decisão de dividir a infraestrutura em duas pastas terminaram por frustrar o que havia sido idealizado pelo general Oswaldo Ferreira, que coordenou esse setor durante o processo eleitoral. A equipe do general também não teria gostado de Paulo Guedes indicar o presidente da Petrobras, o que tirou uma das joias da coroa de Minas e Energia. Ou seja, a empresa estratégica do setor responderá diretamente a Guedes e não ao ministro da área.
A escolha do presidente da Petrobras por Paulo Guedes fez soar, entre empresários do setor de infraestrutura, o alerta de que o futuro ministro, seja quem for, não terá a mesma carta branca de Sérgio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) para montar a própria equipe.
Sem o general, a área de Minas e Energia abre a semana com três nomes cotados: o do deputado Jaime Martins (Pros-MG), do ex-secretário executivo do Ministério de Minas e Energia Paulo Pedrosa, e, ainda, o de Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura. Se optar pelo deputado, Bolsonaro, manda um recado aos políticos: “Estamos escolhendo o melhor, quem pensa no Brasil e não na agremiação partidária”. Martins foi indicado pela Frente do Gás, enquanto Pedrosa e Pires têm mais apoios entre empresários do setor.
A ideia do presidente eleito, entretanto, é adotar um conselho dos velhos políticos em relação à briga por espaço no governo: esperar mais uns dias para ver o que acontece com cada um dos indicados. Nas palavras de um integrante da equipe de transição, o momento é de ver quem vai passar incólume de desgaste nos próximos dias. Se decidir cumprir o desejo de escolher todo o primeiro escalão até o fim deste mês, esse tempo de decantar os nomes está se esgotando.
Definições
Bolsonaro deve apresentar até o fim da semana novos nomes para o primeiro escalão
As indicações feitas até o momento se dividem em três grupos:
Pessoal e por conselheiros
Casa Civil:
Onyx Lorenzoni (DEM)
Gabinete de Segurança Institucional:
General Augusto Heleno
(sem partido)
Secretaria-Geral:
Gustavo Bebianno (PSL)
Ciência e Tecnologia:
Marcos Pontes (PSL)
Economia:
Paulo Guedes (sem partido)
Justiça e Segurança Pública:
Sérgio Moro (sem partido)
Educação:
Ricardo Vélez Rodríguez*
(sem partido)
Relações Exteriores:
Ernesto Araújo* (sem partido)
Defesa:
General Fernando Azevedo e Silva (sem partido)
Controladoria-Geral
da União (CGU):
Wagner Rosário (sem partido)
Advocacia-Geral
da União** (AGU):
André Luiz de Almeida Mendonça (sem partido)
Por bancadas
Saúde: Luiz Henrique
Mandetta (DEM)
Agricultura: Tereza Cristina (DEM)
Por Paulo Guedes
Banco Central**:
Roberto Campos Neto
(sem partido)
(*) Indicado pelo filósofo O
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