Jornal Estado de Minas

Equipe de Bolsonaro já tem 19 ministros; 4 a mais do prometido


Brasília – Em nova rodada de anúncio de integrantes de seu governo, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) divulgou ontem mais três futuros ministros – o deputado federal mineiro Marcelo Álvaro Antônio (PSL) para o Turismo, o também deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) para Cidadania e Gustavo Henrique Canuto, atual secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, para a pasta de Desenvolvimento Social. Após divulgar os nomes, Bolsonaro afirmou que poderá ter até 22 ministérios em seu governo, sete a mais do que os 15 previstos inicialmente.

A última pasta, segundo o presidente eleito, poderá ser o Ministério das Mulheres, a partir de um pedido da bancada feminina no Congresso Nacional. Atualmente, o governo tem 29 ministérios. “Houve um apelo por parte da bancada feminina, grande parte presente aqui”, afirmou, pouco antes de deixar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, para retornar ao Rio de Janeiro.



De acordo com Onyx Lorenzoni, futuro ministro-chefe da Casa Civil e coordenador da transição, a pasta reivindicada pela bancada feminina poderá ser a manutenção do atual Ministério dos Direitos Humanos, que cuida das políticas de igualdade racial, população LGBT e mulheres. “Queremos um direitos humanos de verdade, não esse que está aí, que não tem qualquer eco na sociedade brasileira”, disse Bolsonaro, ao se referir à possibilidade de manutenção da pasta.

Até agora, incluindo Banco Central e Advocacia-Geral da União (AGU), foram anunciados 19 ministérios do futuro governo. Ainda faltam as indicações para o Meio Ambiente e Minas e Energia. Segundo o presidente eleito, os nomes serão anunciados na semana que vem. “Na semana que vem saem os demais ministérios”, disse.
Bolsonaro informou que para o Meio Ambiente, a demora no anúncio se deve a conversas e acertos, e citou a indicação de um terceiro nome nos últimos dias, que ele está avaliando.

De acordo com Onyx Lorenzoni, quando for aprovada a independência do Banco Central, o órgão não terá mais status de ministério. Sobre a AGU, o governo ainda poderá avaliar se manterá o status de primeiro escalão, como ocorre hoje.

MAIS VOTADO
Marcelo Álvaro Antônio, de 44 anos, é o segundo nome do partido de Bolsonaro confirmado para um ministério – Gustavo Bebianno, ex-presidente do partido, será ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, e o segundo mineiro na futura Esplanada. Wagner Rosário, atual ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) no governo Temer, é natural de Juiz de Fora (MG) e permanecerá na CGU.

Outros dois mineiros também já foram anunciados para compor o governo: o presidente da Localiza, Salim Mattar, na Secretaria de Privatizações, subordinada ao ministério da Economia, e o deputado federal Marcos Montes (PSD), como secretário-executivo da Agricultura.

Marcelo Álvaro atuou durante o período eleitoral como coordenador dos trabalhos de campanha de Bolsonaro no estado. Segundo o coordenador da transição e futuro ministro da Casa Civil, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o nome do mineiro teve amplo apoio do setor. “(O nome de Marcelo) Foi apoiado por todo segmento de turismo e pelos integrantes da Frente Parlamentar do Turismo. Todos estiveram prestando solidariedade à escolha do ministro”, afirmou.

Escolhido por mais de 230 mil eleitores, o deputado foi o recordista de votos no estado nas eleições de outubro para a Câmara dos Deputados alavancado pela proximidade com o presidente eleito. Em 2014, Marcelo Álvaro, então no PRP, foi o 49ª da lista de 53 deputados eleitos por Minas Gerais.
Na ocasião, ele recebeu 60.384 votos – quase quatro vezes menos que o número registrado em 2018. Ele ingressou na política em 2012, quando foi eleito vereador de Belo Horizonte, cidade onde nasceu.

SOCIAL E DROGAS A futura pasta da Cidadania, que será comandada por Osmar Terra vai abrigar os atuais ministérios do Desenvolvimento Social, Cultura e Esporte.  O ministério será responsável por gerir o Bolsa-Família e outros programas sociais como o Criança Feliz. Terra disse que a Cidadania pode ficar com algumas atribuições do atual ministério do Trabalho, mas não soube detalhar de que forma isso acontecerá.

O deputado foi ministro de Michel Temer no Desenvolvimento Social e deixou o cargo em abril para concorrer à reeleição na Câmara. O nome dele é uma indicação da bancada social, que reúne parlamentares dessa área na Casa. O presidente da frente parlamentar evangélica, deputado federal Takayama (PSC-PR), afirmou que a indicação do parlamentar é da cota do presidente eleito e não da sua bancada. “Isso é cota dele. Da frente não é”, disse o parlamentar ao sair de reunião no governo de transição. “Mas se agrada a Bolsonaro, agrada à frente.”

Terra tem um histórico de críticas a propostas que visam legalizar ou descriminalizar o uso de drogas no Brasil e se posiciona de forma contundente contra a legalização da maconha em uma série de publicações.
No guarda-chuva da pasta a ser comandada por ele, estará parte da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), hoje no Ministério da Justiça.

Também a ser criado, o Ministério do Desenvolvimento Regional reunirá Integração Nacional e Cidades. Com isso, Gustavo Canuto, que, segundo postou Bolsonaro no Twitter,  tem “ampla experiência” adquirida no Ministério do Planejamento, de onde é servidor efetivo, será responsável por administrar um dos mais importantes programas do governo federal, o Minha casa, minha vida.

EUA Por volta das 18h, Bolsonaro decolou da Base Aérea de Brasília para retornar ao Rio de Janeiro. Ele  chegou ontem à capital federal para reuniões com a equipe de transição. Hoje, ele terá um encontro com o assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, John Bolton. “Felizmente elegemos um presidente que não é inimigo dos EUA”, disse Bolsonaro ao deixar o CCBB.

 

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