A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou, na manhã desta quinta-feira (29/11), que o "grave" esquema de corrupção que se instaurou no Rio de Janeiro permanece em andamento. Em uma rara entrevista coletiva, ela disse que a investigação apontou a necessidade de prender preventivamente o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) e os demais envolvidos para que o dinheiro desviado pudesse ser retornado aos cofres públicos. O governador foi preso pela Polícia Federal por volta das 6h, no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do estado.
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Polícia Federal prende governador do Rio Luiz Fernando PezãoPezão chega à sede da PF no RioPezão tinha esquema próprio de corrupção, diz PGRDodge disse ainda que a corrupção tem afetado de forma profunda o estado fluminense. "Esse é um crime gravíssimo. A população brasileira já percebeu isso de forma bastante nítida. Esses crimes são praticados de forma mais grave quando ocorrem por parte de organizações criminosas. As pessoas praticam atos simultâneos que permitem a lavagem de dinheiro", completou.
Na acusação enviada à Justiça, o Ministério Público afirma que Pezão criou seu próprio esquema criminoso, que sucedeu o liderado pelo ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, que está preso. "Houve uma sucessão de pessoas partícipes dessa organização criminosa. No entanto, mesmo depois das prisões, ocorreu uma nova liderança.
Há registros documentais, nos autos, do pagamento em espécie a Pezão de mais de R$ 25 milhões no período 2007 e 2015. Valor absolutamente incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal. Em valores atualizados, o montante equivale a pouco mais de R$ 39 milhões (R$ 39.105.292,42) e corresponde ao total que é objeto de sequestro determinado pelo ministro relator. .