Com um alto índice de renovação trazida pelas urnas à Câmara neste ano, a Casa deu início nesta quarta-feira, 28, a um "cursinho" para os 243 novos deputados que assumem seus mandatos em fevereiro do ano que vem. Muitos deles são neófitos na política e as aulas têm como objetivo apresentar conceitos básicos da legislatura.
Serão ao todo quatro seminários para os parlamentares eleitos com aulas sobre processo legislativo e orçamentário. A série de encontros foi iniciada com um evento de boas-vindas aos novatos que teve a participação de servidores do Congresso e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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Novos deputados iniciam 'cursinho' antes da posseConheça os 53 deputados federais eleitos por Minas para a CâmaraSegurança e costumes estão na pauta da nova bancada de deputados federaisO presidente da Casa falou aos novatos sobre tramites básicos da legislatura, como a duração das sessões. Ele também defendeu mudanças para que haja "menos obstrução e mais espaço para debate".
No meio do seu discurso, Maia notou a chegada do vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (MDB-MG), e convidou o colega ao palco. "Senta aqui, Fabinho", disse ele. Os dois deverão ser adversários no próximo ano na disputa pela presidência da Câmara. Fabinho fez um breve discurso em que defendeu a aprovação de reformas para o País.
Ausências
Cerca de 100 novos deputados participaram do evento organizado nesta quarta-feira, 28, pela Câmara. Algumas ausências foram notadas, como de Joice Hasselmann (PSL-SP) e de Tabata Amaral (PDT-SP) - duas das mulheres mais bem votadas nestas eleições - e ainda de Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos mais jovens eleitos.
Nos bastidores, os novatos comentavam sobre a disputa pela presidência da Câmara e especulavam quais serão os direcionamentos dos seus respectivos partidos. Muitos aproveitaram para estudar sobre quais comissões poderão participar e outros para se conectar aos novos colegas.
"É um importante primeiro contato com a Casa", disse Ricardo Guidi (PSD-SC). "É o primeiro 'networking' entre os deputados para que possamos já começar a articulação", afirmou Luís Miranda (DEM-DF). Miranda tem uma empresa de investimento imobiliário nos Estados Unidos, chamada LX Holding. Ele diz que ganha mais lá do que deverá receber como deputado, mas que decidiu entrar para a política mesmo assim. "Quero apoiar a reforma tributária", disse.
Eleitos pelo PRB em Pernambuco, Silvio Rocha e Ossesio disseram que já começaram a analisar quais comissões pretendem pleitear participação a partir de fevereiro. Em relação ao posicionamento do partido, afirmam estar alinhados com a "agenda liberal" para o País. Sobre a Escola sem Partido, no entanto, Rocha - que é formado em pedagogia - afirma que o projeto precisa de "mais diálogo ainda para avançar".