No último mês de seu mandato, o presidente Michel Temer disse, em entrevista na noite desta quarta-feira, 5, acreditar que o seu sucessor, Jair Bolsonaro, vai acabar adotando uma política externa multilateral, diferente do que vem indicando nas últimas semanas. "Não temos o mesmo poder que os Estados Unidos", disse.
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Meu compromisso com Bolsonaro foi até dia 28 de outubro, diz Magno MaltaBolsonaro titubeia, mas fala em usar 'caneta Bic' em caso de 'denúncia robusta'Bolsonaro diz que dar ministério para Magno Malta não é 'adequado' no momentoBolsonaro deve fechar hoje estrutura dos ministérios"Em face da globalização, você não tem como lançar uma política isolacionista. Eu não sei se os Estados Unidos podem, porque são um País poderoso. Nós não temos o mesmo poder nem econômico, nem político, nem internacional dos Estados Unidos. Então não podemos, temos que adotar o multilateralismo", defendeu o presidente, em entrevista à jornalista Roseann Kenedy, na TV Brasil.
A declaração do presidente foi em resposta a uma pergunta da jornalista se seria positiva ou negativa a política externa que Bolsonaro tem apresentado, com foco em relações bilaterais com os Estados Unidos e a possível troca da embaixada de Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
"Eu penso que o presidente Bolsonaro vai acabar adotando essa fórmula, digamos, universal.
Na semana passada, o presidente eleito recebeu em sua casa, no Rio de Janeiro, o assessor de segurança nacional de Trump, John Bolton. O episódio gerou polêmica, porque Bolsonaro, que é capitão reformado, prestou continência ao americano.
A fala de Temer a respeito da política externa foi o único momento da entrevista em que fugiu dos elogios ao presidente eleito. Questionado sobre a maior dificuldade que Bolsonaro deve enfrentar, o emedebista disse que "seria o Congresso", mas lembrou que ele tem se encontrado com bancadas partidárias nos últimos dois dias.
"Aparentemente, seria a relação com o Congresso, mas vejo que ele está chamando as bancadas, está tendo contato com as bancadas. Penso que, mesmo no tocante à relação com o Congresso Nacional, não haverá dificuldades", disse..