O futuro ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, tentou conter nesta segunda-feira, 10, o fogo amigo no PSL. Após a cerimônia de diplomação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, Bebbiano enquadrou os novos parlamentares do partido, que têm protagonizado desentendimentos em público. "Pato novo não mergulha fundo", disse ele.
Na semana passada, imagens de uma discussão em um grupo de WhatsApp entre o líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP), e a deputada federal eleita Joice Hasselmann (SP) escancararam as divergências na legenda. Na mensagem, Joice criticou a articulação política do PSL na Câmara e discutiu com o deputado e senador eleito Major Olímpio (PSL-SP).
Eduardo Bolsonaro entrou então na conversa e disse ter recebido ordens do pai para conduzir negociações na Câmara apenas nos bastidores, a fim de não irritar o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que concorre à reeleição e poderia acelerar a aprovação das chamadas "pautas-bombas".
Bebianno afirmou que a maioria dos deputados eleitos é "marinheiro de primeira viagem" e precisa ajustar o relacionamento porque Brasília é um "ambiente inóspito", cheio de fofocas. "Estão todos em fase de adaptação. Como não é possível o divórcio, eu tenho certeza de que haverá uma acomodação e o PSL vai tomar um rumo positivo", argumentou. "O partido tem de estar unido e esses novos deputados precisam ter consciência. A grande maioria foi eleita por conta do Jair Bolsonaro. Se não fosse a onda Bolsonaro, a grande maioria não teria sido eleita. Essa é que é a verdade".
Ao falar sobre as sucessivas estocadas entre correligionários, o futuro ministro também mostrou contrariedade com críticas feitas pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito, a Julian Lemos (PSL-PB), que assumirá a vaga de deputado federal em fevereiro. Em recente postagem nas redes sociais, Carlos disse que "Julian Lemos, a pessoa que tem se colocado como coordenador de Bolsonaro no Nordeste, não é nem nunca foi! Detalhes creio que todos sabem!".
Para Bebianno, o comentário de Carlos -- com quem também já teve desavenças -- foi inconveniente. "Eu acho que não se atira em soldado, não se abate o aliado, não se sabe o dia de amanhã. Nosso trabalho sequer começou e acho extremamente negativo qualquer tipo de conflito interno. Não só negativo como, no nosso caso, desnecessário", argumentou ele. O futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência disse, ainda, que a reunião de Bolsonaro com a bancada do PSL, nesta quarta-feira, em Brasília, servirá para aparar arestas e conter possíveis insatisfações.
POLÍTICA