Alvo de duras críticas durante a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) rebateu, na manhã desta quinta-feira (13), a acusação de interferência no processo. Admitiu, porém, que os vereadores que votam com ele terão benefícios para as bases e disse que os que se declararam independentes não vão fazer falta.
“Quem quer ajudar vai ter o benefício das suas comunidades, do prefeito ajudar, da gente chegar lá na ponta”, afirmou.
Kalil disse ter esclarecido a situação com o vereador Orlei (Avante), que o acusou de virar a eleição no dia anterior a favor de Nely Aquino (PRTB), que acabou eleita, e segurou cartazes com seu grupo acusando a prefeitura de “toma lá dá cá”.
O prefeito disse que os parlamentares que anunciaram que serão independentes não farão a menor falta. “Eles votam contra tudo, se pudessem votar impediriam essa obra aqui, porque eles só votam neles”, disse.
Nota de três
De acordo com o prefeito, a definição do nome de Nely para presidir a Câmara foi dos vereadores da base. “Foi combinado com a base que o nome que levassem, o prefeito ia apoiar. Daquele grupo que se tornou independente, tirando o Orlei, o Reinaldo (MDB) e o Eduardo (Pode), que são amigos meus e continuam, o resto é oposição ferrenha. Agora vão ser grupo independente. São mais falsos que nota de 3 reais, aquilo ali é uma bobagem absoluta, não representa nada, não preciso deles”, disse.
Kalil disse que os vereadores que o criticaram devem continuar “tentando atrapalhar a cidade”. Ele se dirigiu diretamente a Wendel Mesquita (SD), que o chamou de hipócrita e disse que o prefeito teria ameaçado tirar obras das comunidades das bases de quem não votasse em Nely. Segundo Kalil, o parlamentar é apelidado de nota de 3 reais pelos colegas.
“Eles perderam outra, tudo que eu coloquei na Câmara foi aprovado”, disse.
Nessa quarta-feira, a eleição de Nely Aquino para presidir a Câmara a partir de 2019 foi marcada por críticas a Kalil. A vereadora conseguiu 24 votos, três a mais que o necessário para vencer o processo no primeiro turno.
Na reunião, Orlei disse que pelo menos sete colegas que haviam empenhado a palavra a favor dele mudaram de posição após a interferência de Kalil. Pedro Bueno (Pode) afirmou que passaria a ser "independente" e Wendel Mesquita acusou Kalil de ameaçar vereadores de perderem obras em suas comunidades para conseguir eleger Nely.
O vereador Fernando Borges (Avante) afirmou que a eleição foi conduzida de forma "sorrateira". Segundo ele, a Câmara Municipal estaria passando "vergonha" ao se transformar em "apêndice" do Executivo.