Jornal Estado de Minas

Contas de Zema na campanha são aprovadas com ressalvas


As contas do governador eleito Romeu Zema (NOVO) na corrida pelo governo de Minas foram aprovadas, na manhã desta quinta-feira (13), pelo Tribunal Regional Eleitoral, mas com ressalvas. O placar foi de cinco votos a um.

Entre as falhas apontadas está o uso de caminhões e lojas do grupo empresarial do então candidato para fazer divulgação do nome e imagem dele, o que foi considerado irregular pela Justiça Eleitoral. O custo total da campanha de Zema foi de R$ 8.806.946,27.

De acordo com TRE, foram usados R$ 392,5 mil em recursos do Grupo Zema  que teriam servido à campanha.  Durante a disputa, a Justiça Eleitoral mineira entendeu que Zema se valeu de propaganda irregular, já que os caminhões e as entradas das suas lojas espalhadas pelo estado traziam seu nome e sua foto. Foi determinado que ele deveria retirar o material das ruas sob pena de multa. O caso está sob análise do Tribunal Superior Eleitoral.

Apesar de a Justiça Eleitoral ter considerado este recurso como doação de empresa, o que é proibido pela legislação, a Corte também entendeu que o valor era de “pouca expressividade” diante do custo geral da campanha. Por isso, as contas foram aprovadas com ressalva.


No acórdão, o relator do processo, juiz João Batista Ribeiro, apontou outras as irregularidades constantes do parecer técnico final da Corregedoria de Contas Eleitorais e Partidárias. Entre elas, citou a apresentação de informações fora dos prazos.

O relatório técnico apontou, como observação, que uma empresa de comunicação contratada em Uberlândia, que recebeu R$ 1,6 milhão, funcionava em um endereço residencial e, portanto, “chamou a atenção” o fato de ser contratada para uma “campanha de tal natureza”.

Os técnicos também disseram que uma startup contratada pela campanha por R$ 400 mil foi criada em maio deste ano. O órgão técnico sugeriu ao Ministério Público que, se entender relevante, investigue a situação das empresas.

Além do relator, votaram pela aprovação, com ressalva, das contas o desembargador Rogério Medeiros e os juízes Nicolau Lupianhes, Thereza Castro e Antônio Fonte Boa. O juiz Paulo Abrantes votou pela reprovação das contas, com a devolução de R$392,5 mil ao Grupo Zema.

Em nota, assessoria de Zema informou receber com satisfação a aprovação das contas "e esclarece que a observação contida na decisão favorável do TRE-MG ocorreu em razão de apontamentos de detalhes técnicos que foram sanados no decorrer do processo e que resultaram na admissão da prestação de conta".


A nota diz ainda que o governador eleito Romeu Zema "reforça o compromisso de continuar a trabalhar com lisura e transparência para a retomada do desenvolvimento mineiro e também ressalta que o partido Novo foi o único a fazer campanha eleitoral em 2018 sem utilizar dinheiro público do fundo partidário".

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