Um dia após a eleição da nova mesa diretora da Câmara Municipal de Belo Horizonte, em que a vereadora Nely Aquino (PRTB) saiu vitoriosa, o clima no plenário repetiu o calor que fez nesta quinta-feira na capital. Gritos, trocas de acusações, insinuações e ameaças de processo deram o tom da reunião de hoje. Por fim, sem nada votar, os parlamentares encerraram a sessão por falta de quórum.
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Mas o caldo entornou de vez quando o vereador Gilson Reis (PCdoB) afirmou que colegas teriam recebido de Kalil a promessa de vantagens na execução de obras, cerca de R$ 2 milhões. Ele pediu que o prefeito renunciasse ao cargo conforme havia afirmado em entrevista.
“Ele foi a imprensa dizer que não atuou na eleição, mas todos sabem sim.
A fala causou indignação de vários vereadores que se revezaram no microfone do plenário para rebater o discurso. O presidente da Câmara, vereador Henrique Braga (PSDB), disse que queria saber mais detalhes sobre a acusação feita por Reis, já que foi colocado no grupo que teria sido beneficiado.
“Se houve isso aí eu tô no prejuízo. Eu quero saber de onde vem essa história de R$ 2 milhões (…) como vai ficar minha moral lá fora diante disso. Sempre trabalhei com dignidade”, disparou. Jair Di Gregório (PP), na mesma linha, acusou Gilson de ter sido o líder do governo “mais rápido da história”, já que durante alguns dias ocupou o posto no início da atual legislatura, mas acabou sendo substituído.
“Quando ele era líder veio aqui e fez defesa de Kalil como se ele fosse uma mãe. Agora vem com essa”, disse, fazendo uma imitação do colega. Segundo ele, vários colegas pretendem processar o parlamentar do PCdoB pelas insinuações.
Já a recém-eleita Nely Aquino disse que exigia ser respeitada e que “não é massa de manobra”. “Essa troca de acusações não vai construir nada, não vai adiantar nada.