Com o discurso de “independência entre os poderes” e de um “Legislativo forte”, o vice-presidente da Câmara dos Deputados e principal coordenador da bancada federal mineira, Fábio Ramalho (MDB), segue em campanha à Presidência da Câmara dos Deputados. Fala diretamente aos seus pares.
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Vice da Câmara, Fábio Ramalho anuncia candidatura à presidência da Casa em 2019Fábio Ramalho promete 'diálogo' de MG com o Planalto em 2018: 'Na marra a gente não vai fazer nada''Voto na estabilidade do país', diz deputado Fábio Ramalho sobre denúncia contra TemerMovimentando-se em meio a nomes fortes que cobiçam o mesmo cargo – o segundo na linha da sucessão presidencial –, entre os quais o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Ramalho, também conhecido como Fabinho Liderança, “o amigo de todos”, diz que vai repetir a mesma estratégia da eleição da Mesa em 1º de fevereiro de 2017.
Na ocasião, ele surpreendeu derrotando em segundo turno seu colega de partido Osmar Serraglio (PR) por 265 votos a 204, depois de ter tirado da corrida Lúcio Vieira Lima (BA), o candidato da preferência de Michel Temer, nome, aliás, apoiado oficialmente pelo MDB. Conhecido por dar festas regadas a leitão à pururuca, Fábio Ramalho afirma: “Para mim, em qualquer cenário, pulverizado ou não, serei candidato e em condições de ganhar”.
O senhor lançou a sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados. Como estão as articulações? Qual a chance que acredita terá nessa disputa?
Como vice-presidente da Câmara, sou candidato natural à presidência da Mesa. A minha candidatura não tem coloração partidária, é da instituição como um todo.
Há nomes como o do próprio Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, que estão colocados. Há também lideranças das bancadas ruralista, evangélica e da segurança que disputam a primazia do apoio do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Qual é a sua estratégia?
Sim, tem vários candidatos. O Rodrigo Maia, o João Campos (PRB-GO), Alceu Moreira (MDB-RS), Capitão Augusto (PR-SP), além de Giacobo (PR-PR), JHC (PSL-AL) e Delegado Waldir (PSL-GO). Eu penso que a Câmara tem que ter mudanças, rotatividade.
Recentemente o senhor esteve com Jair Bolsonaro e anunciou a sua candidatura. Como foi recebida a ideia?
Eu não tenho voto do governo, que não tem candidato. Conversei com Bolsonaro, ele me disse que não vai interferir.
Na sua avaliação, como será a relação da Câmara com Bolsonaro?
Tem de ser harmoniosa. Mas a Câmara tem de ser independente e forte. Esta é uma exigência minha e sobretudo o que pretendo fazer na Câmara.
Na última eleição à Mesa Diretora, o sr. surpreendeu ao derrotar o candidato a 1º vice-presidente de Michel Temer (MDB) e depois derrotou o candidato de seu próprio partido. Há quem diga que foram muitos leitões à pururuca para conquistar esses votos...
Eu sou amigo de todos. E o leitão à pururuca é uma tradição mineira e uma tradição da minha casa. A panela sempre foi grande. Então, gosto de receber. Na eleição passada fui candidato avulso.
Como Rodrigo Maia está recebendo a sua candidatura?
Como candidato que tem condições de vencer as eleições. A norma da Casa é que qualquer um pode ser candidato a presidente. A maioria dos candidatos vai ser avulso. Para mim, em qualquer cenário, pulverizado ou não, serei candidato e em condições para ganhar.
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