A votação do Fundo Extraordinário do Estado de Minas Gerais (Femeg) foi adiada para a próxima semana após uma sessão tumultuada na Assembleia Legislativa ao longo da tarde e da noite dessa quinta-feira (13). O projeto, que prevê receitas devidas pela União por meio da compensação da Lei Kandir para serem usadas pelo governo estadual para quitar débitos até o final do ano, entrou na pauta, mas enfrentou protesto de dezenas de prefeitos que acompanharam a sessão nas galerias da Casa e acabou não sendo votado. Sem maioria para aprovar o texto, a base governista esvaziou o plenário no início da noite e uma nova sessão foi marcada para terça-feira, às 10h. Revoltados com o governo e com os deputados, o clima esquentou quando os prefeitos xingaram os parlamentares. Eles prometeram voltar à Assembleia na próxima semana.
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Após sessão tumultuada, votação de Fundo Extraordinário fica para próxima semanaVotação de projeto que cria fundo extraordinário tem protesto e vaias de prefeitos na ALMGClima esquenta na Assembleia de MG com votação de fundo proposto por PimentelParlamentares da oposição criticaram a manobra do governo estadual de retirar seus parlamentares do plenário para impedir a votação do projeto.
“O governo Pimentel não cumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, já que a lei fala que ele pode gastar nos últimos meses, mas é preciso deixar uma previsão de receitas para o pagamento dessa gasto. O governo quer colocar um crédito que o estado teria direito pela Lei Kandir, mas ninguém sabe quando ele vai receber esse recurso”, disse o deputado Bonifácio Mourão (PSDB). A sessão foi suspensa várias vezes para que as lideranças negociassem com suas bases, mas o governo não conseguiu formar maioria.
O deputado Fred Costa (Patriotas) lamentou que o atual governo esteja tentando aprovar um “projeto absurdo” na reta final dos trabalhos legislativos. “No último dia da legislatura temos uma demonstração de incompetência de gestão do governo em sua prestação de contas”, afirmou o deputado. Entre os 63 que marcaram presença ao longo da sessão dessa quinta-feira (13), os integrantes da oposição afirmaram que tinham cinco votos a mais do que a base governista para derrubar o projeto. Mesmo com o plenário cheio, a sessão foi interrompida por falta de quórum, uma vez que eram necessários 39 deputados marcarem presença para que a votação ocorresse.
Os prefeitos presentes prometeram manter a mobilização para impedir que o fundo seja criado. “Esse projeto é uma imoralidade porque afronta a lei de responsabilidade. É um jeitinho que estão tentando dar para livrar o governador dos atos ilegais que ele cometeu ao não repassar os recursos que deve. Só para os municípios ele deixou de passar cerca de R$ 11 bilhões. Além disso, a dívida que ele tem com os prefeitos é real. É dinheiro das cidades de direito que foi confiscado. Não podemos trocar isso por um fundo que tem expectativa de receita”, reclamou Julvan Lacerda, presidente da Associação Mineira de Municípios.
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