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Estado de Minas

Bancada mineira vai negociar a duplicação da BR-381 com o novo governo federal

Deputados pretendem levar ao presidente eleito pedidos de liberação de verba para obras da 'Rodovia da Morte'


postado em 16/12/2018 06:00 / atualizado em 16/12/2018 07:35

Rodovia BR-381 sentido BH/João Monlevade: cenário de baixo crescimento da economia complica situação já lenta da intervenção (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 9/11/18)
Rodovia BR-381 sentido BH/João Monlevade: cenário de baixo crescimento da economia complica situação já lenta da intervenção (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 9/11/18)

Sem recursos suficientes no orçamento de 2019 para acelerar a duplicação da BR-381, a chamada Rodovia da Morte, a bancada mineira apostará em negociações políticas com o novo governo federal para evitar a paralisação total na obra. Deputados se organizam para levar ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) demandas de liberações de recursos extras por meio de emendas parlamentares para a continuidade das ações na rodovia. No entanto, em meio ao cenário de contenções de gastos e poucos investimentos, deputados admitem que os recursos virão a conta-gotas nos próximos meses e dependerão da recuperação econômica do país.

“O mais importante no momento é garantir que a obra continue andando. Mesmo que seja em um ritmo que não é o que todos nós gostaríamos de ver. A BR-381 já deveria estar toda duplicada há tempos. Vamos nos acertando com o governo ao longo do ano e nos reunindo de forma constante com o Dnit para dar suporte político e conseguir os recursos necessários”, explica o deputado Diego Andrade (PSD), que a partir da próxima legislatura assumirá o cargo de coordenador da bancada mineira no Congresso Nacional.

Na quinta-feira, a Comissão de Orçamento do Congresso aprovou o texto final da lei orçamentária do ano que vem com previsão de R$ 169 milhões para a duplicação da Rodovia da Mortes. O montante é R$ 60 milhões a menos do que o do orçamento deste ano e insuficiente para a conclusão dos dois únicos lotes da BR que estão com obras em andamento (dos 11 lotes em que a 381 foi dividida para a duplicação).

Seriam necessários cerca de R$ 450 milhões para a conclusão da obra em andamento nos trechos entre as cidades de Nova União e o trevo de Caeté e entre Antonio Dias e Jaguaraçu.

O futuro coordenador da bancada admite que o cenário de baixo crescimento da economia brasileira atrapalha o aumento dos investimentos em infraestrutura, mas lembra que, neste ano, a bancada conseguiu impedir que parte do montante previsto para a duplicação fosse cancelado por um projeto de lei do presidente Michel Temer (MDB).

“O corte para a 381 chegaria a R$ 51 milhões neste semestre e a bancada mineira conseguiu impedir essa tesourada. Ao todo, o governo cortou R$ 1,3 bilhão em obras por todo o país, nossa bancada foi a única que conseguiu salvar recursos para seu estado e foi para a duplicação”, conta Diego Andrade.

Ritmo lento


O deputado Fabio Ramalho (MDB), atual coordenador da bancada, afirma que ao longo dos últimos anos os parlamentares mineiros conseguiram se unir para assegurar os recursos para tocar a obra mesmo que em ritmo lento. “Colocamos o que era possível em investimentos para a duplicação e contamos com uma mobilização intensa de todos os deputados. Neste ano, o cenário vai se repetir e será preciso continuar brigando por esses recursos, o que não é fácil em momento de crise”, diz Ramalho.

O principal interlocutor da bancada mineira com o futuro chefe do Palácio do Planalto será o deputado Marcelo Álvaro Antonio (PSL), que assumirá a partir de janeiro o Ministério do Turismo. O parlamentar conta que a duplicação da BR-381 está no topo da lista dos investimentos públicos considerados fundamentais para o país, mas ressalta que o próximo ano será de aperto nos cofres para estabilizar a economia.

“Temos que entender que o presidente está entrando em uma situação econômica muito difícil e neste primeiro momento o governo vai focar em ações para resgatar a economia, gerar emprego e fazer com que a roda volte a girar. Dificilmente teremos grandes aportes em obras públicas, mas, assim que as condições de investimentos voltarem, Minas terá suas demandas priorizadas. Obras como a BR-381, a revitalização do Anel Rodoviário e a ampliação do metrô se arrastam por muio tempo e o futuro governo sabe da importância delas para a população”, diz Álvaro Antonio.


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