Depois do cancelamento da reunião da última sexta-feira (14) sobre o pagamento do 13º salário deste ano, os servidores públicos mineiros se mobilizam na manhã desta segunda-feira (17) para pressionar o governo de Minas por uma resposta sobre o benefício natalino. Eles também querem antecipar o pagamento da segunda parcela dos salários de dezembro, relativos ao mês trabalhado em novembro, já que, para a maior parte do funcionalismo, foram pagos somente R$ 2 mil antes do Natal.
Os policiais civis fecharam o Detran da Gameleira na manhã desta segunda-feira, impedindo, de acordo com o Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindep/MG), a realização de cerca de 500 vistorias e de 8 mil documentos por hora. Na convocação, o sindicato diz que os números da Secretaria de Fazenda são “alarmantes”. O grupo diz temer que o parcelamento do benefício natalino ocorra em até seis vezes e que o Executivo deixe de pagar os servidores para atender aos prefeitos, que também pressionam por repasses.
“Cancelaram a reunião da última sexta-feira para falar do 13º faltando uma hora para ela acontecer e sem dar nenhuma justificativa. Sabemos que os prefeitos estão se organizando para receber e, por isso, o governo não quer se comprometer com o servidor, que deveria ser prioridade”, disse o presidente do Sindep, Bertone Tristão. De acordo com ele, o movimento permanece até que o governo se comprometa com algo concreto.
O investigador de polícia Valério Valente disse que, “como não houve diálogo, a alternativa vai ser fechar a cada dia um órgão estratégico”. Além do Detran, os policiais ameaçam parar a delegacia de identificação e a de liberação de carros. “Pagaram R$ 2 mil quando esperávamos R$ 3 mil e nem sabemos se vamos receber o restante. Assim não tem jeito”, disse.
Sobre a paralisação na Gameleira, a assessoria do Detran de Minas Gerais informou que a polícia aprova e respeita a manifestação dos servidores e que vai tomar providências para que o cidadão não seja prejudicado pelo movimento.
Saúde
Os servidores da Saúde permanecem mobilizados e convocaram ato para a Praça Sete para a manhã desta segunda-feira, mas até a publicação desta reportagem não havia manifestação no local. O coordenador do Sindicato Único dos Trabalhadores em Saúde (SindSaúde), Renato Barros, disse que o grupo avalia ampliar o movimento de paralisação que já ocorre em várias unidades da Rede Fhemig. “Estamos mobilizando o pessoal dos hemocentros e da Unimontes. O governo ampliou a escala (dando um pagamento extra de R$ 2 mil no dia 21) mas precisamos de um retorno sobre o 13º com o indicativo de uma data”, disse.
Na sexta-feira (14), o governo cancelou a reunião que teria com o comitê de servidores faltando menos de duas horas para ela ocorrer. Na ocasião, o Executivo informou aos servidores “o compromisso de na próxima quarta-feira dia 19/12, divulgar um comunicado do Governo”.