O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sergio Etchegoyen, afirmou que haverá quatro barreiras de segurança para quem quiser acompanhar a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, na Esplanada dos Ministérios. Além dos pontos de revista manual e detector de metais ao longo do percurso de cerca de três quilômetros, objetos como carrinhos de bebê e bolsas estarão proibidos.
O acesso será permitido apenas para pedestres e carros credenciados, de acordo com Etchegoyen, por meio da Rodoviária de Brasília. O bloqueio da via iniciará na madrugada do dia 30 de dezembro e terminará na manhã do dia 2 de janeiro de 2019.
Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 18, Etchegoyen disse que o planejamento do evento é encarado como uma "grande festa", mas que a cautela precederá os atos para garantir a segurança de todos considerando a situação do presidente eleito, que foi alvo de atentado na campanha eleitoral e ainda enfrenta ameaças. "A segurança do presidente também será a segurança de quem estiver no gramado", afirmou. O GSI espera a presença de 250 mil a 500 mil pessoas no evento.
"Queremos ter a segurança de que podemos trazer para cá nossas famílias. Nenhum de nós aceitaria entrar numa aeronave se ninguém fosse revistado hoje em dia, é um procedimento simples", disse Etchegoyen.
O ministro-chefe destacou que já houve outros eventos com mais restrições no País, e que isso "não atrapalhou a festa", citando como exemplo as Olimpíadas. "A festa vai estar muito bonita e segura, que é o que interessa. A Esplanada estará absolutamente segura", enfatizou.
O GSI passou uma lista de materiais proibidos, como bebidas alcoólicas, garrafas, guarda-chuva, fogos de artifício, apontadores laser, animais, bolsas e mochilas, sprays, máscaras, produtos inflamáveis, armas de fogo, objetos cortantes, drones e carrinhos de bebê.
Diante das especulações sobre o esquema de segurança no dia da posse, Etchegoyen afirmou que ainda não está definido se Bolsonaro desfilará com carro aberto na posse, mas disse que este não deveria ser o foco no momento. "Isso é uma questão menor, não vamos fazer da posse uma questão de 'carro aberto ou carro fechado'", criticou. Segundo ele, Bolsonaro não manifestou se prefere ir com o carro aberto ou fechado. Etchegoyen também não respondeu se haverá atiradores de elite para reforçar o trabalho dos agentes de segurança.
Conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo, a equipe de Bolsonaro estuda abandonar o tradicional desfile em carro aberto na cerimônia de posse. O veículo, que costuma ser utilizado no percurso pela Esplanada dos Ministérios, é um Rolls-Royce que o Brasil recebeu de presente do governo britânico em 1953. Em entrevista à Rede Vida, no início do mês, o presidente eleito afirmou que vai seguir "rigorosamente" as recomendações da área de inteligência na posse.
O chefe do cerimonial do Itamaraty, ministro Carlos França, disse que há confirmação da presença de nove chefes de Estado, dois vice-presidentes e oito chanceleres na cerimônia de posse, que será dividida entre eventos no Congresso, Palácio do Palácio do Planalto e Itamaraty.