O Ministério das Relações Exteriores chinês informou nesta quinta-feira, 27, que o vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, Ji Bingxuan, será o enviado especial do presidente Xi Jinping para a cerimônia de posse do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro. A escolha foi vista nos meios diplomáticos brasileiros como uma decisão protocolar. Trata-se de um representante de nível elevado, porém sem status especial na área diplomática.
De maneira bastante sutil, os chineses parecem sinalizar com um projeto de aproximação entre o Partido Comunista de seu país e o partido do presidente eleito, o Partido Social Liberal (PSL). Ji foi chefe do Partido na província de Heilongjiang de 2008 a 2013. Neste ano, integrantes do PSL foram convidados a visitar a China, mas recusaram.
Logo após as eleições, Bolsonaro declarou que não venderia os ativos de geração de energia da Eletrobras aos chineses, que estão "comprando o Brasil", nas suas palavras. Ao que os chineses responderam, por meio de um editorial num jornal destinado ao Ocidente, que o País poderia pagar caro por suas escolhas.
Apesar disso, e de Bolsonaro haver escolhido um chanceler, Ernesto Araújo, que defende um alinhamento com os Estados Unidos e a construção de uma aliança ocidental, o diálogo não foi interrompido. O presidente eleito já conversou com o embaixador chinês, Li Jinzhang. Chegou à embaixada chinesa um sinal que Bolsonaro pretende visitar o país.
De acordo com o Itamaraty, até esta quinta 12 chefes de Estado e governo haviam confirmado presença na posse de Bolsonaro.
Entre os chefes de Estado, os destaques ficam para o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, do Chile, Sebastián Piñera, do Paraguai, Mario Abdo Benítez e do Uruguai, Tabaré Vázquez. Os Estados Unidos serão representados pelo secretário de Estado, Mike Pompeo..