A equipe econômica do governo Romeu Zema (Novo) assume o estado em 1º de janeiro com a missão de tentar reverter um quadro de colapso financeiro nos cofres públicos – talvez o pior dos últimos anos. Além de um déficit estimado em R$ 11,4 bilhões no orçamento do estado, o estreante da política vai se deparar com uma folha de pagamento a mais para quitar – o 13º salário do funcionalismo de 2018 –, atraso nos salários, uma dívida de também R$ 11,4 bilhões com os municípios mineiros e mais de R$ 94 bilhões com a União.
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Equipe de Zema espera herdar dívida do 13º dos servidores de Pimentel''Se tiver um bandejão, vou comer lá com o pessoal da Cidade Administrativa'', diz Zema Assista ao vivo a posse do governador Romeu ZemaO secretário diz que o ponto de partida para driblar o cenário tenebroso é um plano de recuperação fiscal, visando especialmente o aumento na arrecadação.
“O ponto que preocupa o novo governo é esse desequilíbrio das contas públicas, com uma despesa crescente. Então precisamos agir em cima disso. A gente acredita que será resolvido ou bastante reduzido o problema com o plano de recuperação fiscal, com medidas de melhoria de receita tributária sem aumento de alíquota de imposto”, afirmou o secretário em entrevista ao Estado de Minas. A previsão dele é que os efeitos começarão a ser sentidos em seis meses.
A partir de terça-feira, caberá à equipe de Zema encarar um funcionalismo insatisfeito com o parcelamento dos salários – a folha de novembro foi quitada ontem – e ainda sem o abono de Natal. O governo Pimentel alegou total falta de recursos para deixar a dívida para o sucessor.
Ou seja, Zema chega ao Palácio Tiradentes com uma dívida imediata de R$ 4,2 bilhões com os servidores – valor que inclui o 13º e a folha de dezembro, que vence em 8 de janeiro, quinto dia útil do mês.
Como se não bastasse os atrasos nos salários, queixa constante tem sido a suspensão do atendimento médico no plano do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
“Precisamos entender como está se dando esse déficit no plano de saúde, pois não está havendo pagamentos às clínicas. Com certeza o plano está desequilibrado e precisamos aprofundar na análise para entender o tamanho desse desequilíbrio e como resolvê-lo”, afirmou Gustavo Barbosa.
Intervenção Com os municípios mineiros, a situação não é das melhores. Capitaneados pela Associação Mineira de Municípios (AMM), os prefeitos cobram uma dívida de R$ 11,4 bilhões – valor calculado até 19 de dezembro – em IPVA, ICMS, multas de trânsito, assistência social, transporte escolar e saúde.
A AMM já apresentou pedidos de intervenção no caixa estadual ao presidente Michel Temer e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), mas até agora não obteve resposta. Os prefeitos também apelaram ao Ministério Público Estadual para intermediar um acordo que possibilitasse a quitação da dívida.
Com a União, a dívida beira os R$ 94 bilhões – valor que o governo mineiro tentou abater com os prejuízos sofridos com a desoneração prevista na Lei Kandir, que isenta de ICMS os produtos e serviços destinados à exportação.
A Secretaria da Fazenda de Minas alega que a União deve ao estado R$ 135 bilhões, montante que o governo federal não reconhece.
Exonerações
Todos os secretários e dirigentes de fundações, autarquias e órgãos autônomos serão exonerados do governo Fernando Pimentel na segunda-feira, último dia da gestão do petista. Uma edição especial do Minas Gerais publicará decreto determinando ainda o desligamento de todos os ocupantes de cargos comissionados em todos os níveis e assessores enquadrados nos níveis 9 a 33.
As exceções são os cargos com ocupantes detentores de mandato, da área hospitalar e todo o complexo da segurança pública e prisional, além de áreas específicas de empenho das secretarias da Fazenda, Planejamento e Gestão, Saúde e Educação, além das direções de recursos humanos de todos os órgãos e secretarias. Entre os cerca de 376 mil servidores ativos do estado, os comissionados representam 1,1% do funcionalismo, ou 13,6 mil pessoas.
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