O governador Romeu Zema (Novo) afirmou nesta quarta-feira que ainda não sabe quando pagará o 13º salário do funcionalismo público. Os servidores não receberam o abono de Natal do ano passado, estimado em R$ 2,1 bilhões. O então governador Fernando Pimentel (PT) alegou falta de recurso em caixa para quitar a folha.
“Sabemos que a situação de Minas é extremamente delicada. É um estado que está falido, e com certeza esse 13º não será pago tão cedo. Não que nós não gostariamos de fazer isso, mas por impossibilidade”, disse o governador, em entrevista ao telejornal Bom dia Minas, da Rede Globo.
Zema disse ainda que “lamenta” a situação, mas terá que priorizar as situações “mais graves”, como o não pagamento de salário para professores da rede municipal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, onde estão os municípios mais pobres e dependentes dos recursos do estado.
O ex-governador Fernando Pimentel (PT) deixou uma dívida de R$ 11,4 bilhões com as prefeituras, referentes ao repasse de ICMS, IPVA, transporte escolar e saúde. Diante da falta de caixa, várias prefeituras estão atrasando salários e o 13º dos funcionários.
“Vamos ter que priorizar aquilo que é mais grave. E não é uma decisão fácil. Lamento muito, mas com certeza vamos encontrar só aranha, escorpião e casvável com muito veneno. Mas com o tempo e muito trabalho nós vamos regularizar isso”, disse Zema, referindo-se ao “baú” da gestão anterior que começou a ser aberto hoje.
Salários
Sobre o parcelamento do salário do funcionalismo – que vem ocorrendo desde janeiro de 2016 –, Romeu Zema disse que a equipe econômica vai se empenhar para reduzir as escalas até que tudo possa ser pago no quinto dia útil, conforme determina a legislação. Mas admitiu que “vai levar um tempo”.No entanto, creditou a melhoria das finanças do estado a uma renegociação da dívida de Minas com o governador federal, atualmente estimada em torno de R$ 100 milhões.
“Se esse projeto for analisado, penso que conseguiremos fazê-lo até meados do ano, que vai dar um alívio de caixa muito expressivo para o estado”, completou.
Durante a campanha eleitoral, o então candidato chegou a registrar em cartório um documento dizendo que ele, o vice Paulo Brant (Novo) e todo o secretariado ficariam sem salário até que todos os servidores estejam com o vencimento em dia. No entanto, segundo ele, foram informados que por lei todos serão obrigados a receber o salário.
De acordo com Zema, o valor creditado na conta dele será doado para instituições de caridade. A primeira a ser beneficiada com o valor será a Apae de Maravilhas, cidade que ele visitou durante a campanha eleitoral. Sobre a equipe, ele disse que o vice e os secretários não têm a “obrigação” de fazer o mesmo.
O governador recebe mensalmente R$ 10,5 mil. Vice-governador e secretários têm um vencimento de R$ 10 mil.