Líderes de oposição ao presidente Jair Bolsonaro criticaram o governo pela decisão de transferir ao Ministério da Agricultura a responsabilidade pela reforma agrária e pela regularização de terras indígenas e áreas remanescentes dos quilombos.
A ex-candidata à Presidência Marina Silva (Rede) afirmou que, com a decisão, Bolsonaro começou o governo "da pior forma possível" e que o novo presidente coloca o País sob atraso. "O governo Bolsonaro oferece ao algoz a oportunidade de ser ainda mais violento contra aqueles que tem sido, ao longo da história, suas maiores vítimas", escreveu Marina em sua conta no Twitter.
Fernando Haddad (PT), candidato ao Planalto derrotado por Bolsonaro no segundo turno da eleição, reagiu à determinação declarando "torcer para dar certo", em mensagem publicada na mesma rede social.
Críticas vieram também de parlamentares. "É como deixar as raposas 'cuidando' do galinheiro", comentou o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), em referência à demarcação de terras. "Primeiras ações de Bolsonaro prejudicam os trabalhadores, os indígenas, os quilombolas, o meio ambiente e acaba com a reforma agrária", declarou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
A decisão foi tomada por medida provisória após a posse de Bolsonaro. Antes da publicação da MP, a demarcação das terras indígenas cabia à Fundação Nacional do Índio (Funai). Já o trabalho de reforma agrária e as demarcações das áreas dos antigos quilombos eram realizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
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