Um número maior para escapar do 13
Já que o Rio de Janeiro continua lindo e até vereador ele foi por lá, antes de se eleger deputado federal de 1991 até agora, faz todo sentido a decisão, por decreto, do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de transferir o escritório regional de São Paulo para lá. Estará em casa, no aconchego do lar. E é lá que ele montará uma equipe para preencher os 21 cargos. Antes, no governo Temer, em São Paulo, eram 13. Hein? O 13? O número do PT nas urnas? Está explicado o aumento.
Melhor tratar do que realmente interessa. Quem acerta o alvo, caso o governo vá priorizar mesmo a reforma da Previdência logo na volta dos trabalhos do Congresso, é o vice-presidente General Hamilton Mourão. Ele defende votá-la do jeito que já passou pela Comissão Especial na Câmara dos Deputados e está pronta para ir ao plenário.
Voltar à estaca zero não faz mesmo sentido. Ainda mais que ela é um dos principais motivos de o presidente Bolsonaro ter declarado apoio à reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando da Câmara e com o compromisso de tratar a Previdência como a primeira pauta logo de cara.
Nem seria necessário destacar que a sessão em plenário também promete durar horas, já que o PT e parte dos partidos de esquerda – há possíveis dissidências por serem resolvidas – farão um incansável trabalho para atrasar o mais que puder a votação em si. E isso sem contar com possíveis questões de ordem, pedidos de vistas, que Maia vai negar, óbvio, e por aí vai. Faz parte do jogo político. A esquerda fará o seu comercial, quer queira, quer não.
A propósito, a pergunta que não quer calar é “quem indicou e qual é a posição ideológica”? Quem questiona é nada menos que o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Onyx Lorenzoni. Ele pretende saber direitinho se há simpatia às posturas petistas ou mesmo militantes ligados ao PT.
“Não faz sentido mantê-los. Estamos tendo coragem de fazer. O que talvez tenha faltado ao governo que se encerrou em 31 de dezembro.” É, além dos petistas, sobrou também para o ex-presidente Michel Temer (MDB), para que fique bem claro, já que nominalmente Lorenzoni não citou.
Então, quem pode dar nomes na Operação Greenfield, aquela dos fundos de pensão de várias empresas estatais, é o ex-ministro Antonio Palocci em mais uma delação.
Posses no Senado
Tem mudança na bancada do Senado. Ontem, tomaram posse o senador Jean-Paul Prates (PT-RN), primeiro suplente de Fátima Bezerra (PT-RN), e a senadora Mailza Gomes (PP-AC), primeira suplente de Gladson Cameli (PP-AC). Para que fique claro, assumem o mandato diante das vitórias nas eleições de outubro do ano passado para o governo de Rio Grande do Norte, caso de Fátima, e do governo do Acre, caso de Gladson Cameli, óbvio.
A propósito
Até 1º de fevereiro, uma comissão temporária representa o Congresso. É uma previsão constitucional a formação do colegiado que tem como objetivo zelar pelas prerrogativas da instituição durante os períodos de recesso parlamentar. Entre os integrantes do colegiado, estão o próprio presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Bem, só que na posse de Mailza e de Gladson, quem conduziu a cerimônia, na sala de audiências da Presidência do Senado, foi o senador Paulo Rocha (PT-PA), um dos integrantes da comissão temporário.
Passou recibo
“A reforma da Previdência vem aí.” Era o título no Twitter. Pelo jeito, o PT já passa recibo. Vale a transcrição: “Assim como Temer, Bolsonaro já chegou com a sua reforma da Previdência pronta. Sem qualquer discussão com a sociedade, com os trabalhadores, os servidores públicos, com os aposentados, com os pensionistas”. Quem, pelo jeito, já jogou a toalha, foi o senador Humberto Costa (PT-PE). E olha que ele teve 1.713.565 votos em outubro do ano passado. Cacife eleitoral ele tem.
Me dá um like
Não dou, não vale mais a máxima de que a esquerda unida jamais será vencida. Quem deixa claro é o líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Orlando Silva. Depois de atacar uma possível união dos partidos de oposição, leia-se não ficar a reboque do PT, ele ressalta que “depois de uma candidatura única como foi para presidente”, não mais será possível a esquerda continuar unida. Mas o melhor do aviso ainda estava por vir: “Todo mundo sabe que não acontecerá, mas cada um fala para sua rede.
Por fim…
“Um sonoro não aos subsídios e um sonoro não à tentativa do exercício de poder de monopólio.” Quem cumpriu direitinho o aviso foi o ministro da Economia, Paulo Guedes, que estava presente na solenidade, mas ficou em silêncio, não discursou nem deu entrevista. Deixou isso para o novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, autor da frase do início. Tinha mais frases de efeito, mas o objetivo era deixar clara a intenção de atrair investidores privados. Com sobrenome de general da época da ditadura, melhor obedecer. Mesmo com um L só e sem parentesco.
PINGAFOGO
Em tempo: tem Parente sim na posse do novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Só que parentesco nenhum. Trata-se de Pedro Parente, que comandou a empresa de petróleo durante exatos dois anos. Antes, foi ministro várias vezes desde Fernando Henrique Cardoso.
A propósito, o general da reserva Augusto Heleno tucanou? Afinal, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) declarou que não há “decisão definitiva”, mas “clara intenção”. Tudo diante da possível mudança da embaixada de Telavive para Jerusalém.
O prejuízo é enorme. O mercado árabe é o quinto maior para as exportações brasileiras, calculado perto de dezena de bilhões de dólares.
Ontem à noite o casal presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle se mudou para o Palácio da Alvorada, onde preferiu morar. O detalhe, no entanto, não é a troca de residência, mas a troca de cadeiras.
Entendeu? Melhor explicar de uma vez. Saíram as cadeiras vermelhas e entraram cadeiras azuis no palácio projetado por Oscar Niemeyer, um dos principais símbolos de Brasília, entre tantos outros. Sendo assim, já que foi a primeira-dama quem bateu o martelo, contrariar Bolsonaro não fez..