Tem metrô em Belo Horizonte? O questionamento partiu do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB) e foi dirigido à presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereadora Nely Aquino (PRTB) na tarde de quinta-feira (10) durante encontro no Palácio do Planalto, em Brasília.
“Quando eu disse ao vice-presidente sobre a necessidade da expansão do metrô ele me respondeu com uma pergunta: tem metrô em Belo Horizonte? Eu respondi que é um metrô pequeno, mas que tem sim. Contei sobre sua extensão e as estações e ele me falou que na verdade não é um metrô, mas um trem”, contou a vereadora em entrevista à Rádio Itatiaia nesta sexta-feira.
O encontro dos políticos do PRTB não entrou na agenda oficial do vice-presidente. Segundo a assessoria de imprensa do general Mourão foi um encontro de cortesia como uma colega de legenda, por isso não foi divulgado oficialmente. O vice do presidente Jair Bolsonaro, que disse durante a campanha que não terá papel decorativo, tem se reunido com políticos quase diariamente.
No encontro, o vice falou para a presidente da Câmara que as demandas municipais precisam ser tratadas com apoio da bancada mineira no Congresso, para que sejam apresentadas emendas parlamentares em busca de recursos federais. No orçamento federal de 2019 não existe previsão orçamentária para a ampliação do metrô da capital mineira.
De acordo com a Compainha Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) o metrô de BH tem extensão de 28 quilômetros e 19 estações.
Os projetos começaram a ser feitos em 2012, com cerca de R$ 60 milhões gastos pela prefeitura de BH com estudos de solo. No entanto, a partir de 2014 a obra saiu do orçamento federal e nenhum investimento foi feito na construção de novas linhas desde então.
Feminicídio
Segundo Nely Aquino outro tema do encontro foi o aumento nos casos de violência contra as mulheres em Minas Gerais e a necessidade de políticas para combater o feminicídio.
De acordo com dados divulgados no final de 2018 pela Secretaria de Estado da Segurança, os casos de feminicídio no estado tiveram aumento de quase 30% nos últimos três anos.
“Fiz a ao vice-presidente um apelo para que o governo federal aprimore as políticas de combate ao feminicídio. Apresentei demandas concretas. A unificação de dados sobre a violência doméstica no país foi uma delas. Garantindo a integração dos sistemas policiais, o tratamento dos casos de violência será facilitado e as mulheres não precisarão passar pelo constrangimento de relatar abusos sofridos em cada local em que foram atendidas. Também propus a diminuição da burocracia para realização de denúncia e ampliação dos bancos de dados genéticos para favorecer a identificação e punição de agressores reincidentes”, disse a presidente da Câmara de BH.
Segundo a vereadora, o vice-presidente sugeriu que o tema fosse apresentado também aos ministros Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, e Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.