Após quase quatro décadas de fugas, Cesare Battisti chegou à Itália por volta das 11h40 (8h40, no horário de Brasília) desta segunda-feira, 14. A aeronave, que partiu no início da noite de domingo, 13, de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, pousou no Aeroporto de Ciampino, em Roma, onde era aguardada pelo ministros do Interior, Matteo Salvini, e da Justiça, Alfonso Bonafede.
O italiano deverá ser encaminhado por um grupo de agentes penitenciários para a prisão de Rebibbia, na zona urbana de Roma. De acordo com informações do jornal italiano Corriere della Serra, ele deverá ficar sozinho na cela, em uma área de segurança reservada para terroristas, e passará por seis meses de isolamento diurno.
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Itália frustra ação do Brasil para extraditar BattistiBarroso nega habeas corpus para BattistiBattisti deixa Bolívia para cumprir pena na Itália'Sentença é muito dura', afirma ex-mulher de BattistiDe cavanhaque e óculos escuros, o italiano foi abordado por policiais enquanto caminhava por uma rua de Santa Cruz de la Sierra.
Após a prisão, o governo brasileiro deslocou um avião da Polícia Federal à Bolívia para trazer Battisti ao Brasil e, em seguida, extraditá-lo para a Itália, conforme promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro. O governo italiano, no entanto, já havia decidido levar Battisti diretamente ao país.
Em uma nota conjunta divulgada no início da noite de domingo, os ministérios das Relações Exteriores e da Justiça brasileiros afirmaram que o importante era que o italiano respondesse por seus crimes.
"O governo brasileiro se congratula com as autoridades bolivianas e italianas e com a Interpol pelo desfecho da operação de prisão e retorno de Battisti à Itália. O importante é que Cesare Battisti responda pelos graves crimes que cometeu. O Brasil contribui assim para que se faça justiça", afirmou a nota.
Em uma tentativa frustrada para tentar evitar a viagem de Battisti de volta para a Europa, os advogados do italiano protocolaram um habeas corpus no STF no domingo. No pedido, argumentaram que entregá-lo para a Itália seria um "ato complexo" e irreversível.
Os defensores solicitaram que o habeas fosse analisado pelo ministro Marco Aurélio.