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Estado de Minas PÁTRIA ARMADA

Taxas de homicídios no país favorecem posse de armas

Governo Bolsonaro cruzou estatísticas do Atlas da Violência para garantir que brasileiros de todos os estados tenham direito à flexibilização, admite ministro


postado em 16/01/2019 06:00 / atualizado em 16/01/2019 09:55


A principal mudança na flexibilização do posse de armas assinada pelo presidente Jair Bolsonaro está nos critérios de comprovação da necessidade para ter a arma de fogo em casa. A partir de agora, todos os moradores de área rural e residentes de áreas urbanas em estados com índice de homicídio acima de 10 por 100 mil habitantes passam a ter motivo aceitável para a aquisição de armas.

Na prática, cidadãos de todo o Brasil terão esse requisito preenchido, pois o critério que define se a cidade é violenta é a taxa de homicídios no estado de residência é maior do que 10 a cada 100 mil habitantes. Na fonte de referência escolhida pelo governo – o Atlas da Violência de 2018, com dados referentes a 2016 – todos os estados superam essa taxa. No documento, Minas Gerais teve índice de 22 homicídios por 100 mil habitantes. As taxas mais baixas são 10,9, em São Paulo, e 14,2, em Santa Catarina.

Em Minas Gerais, os dados mais recentes sobre a violência, apresentados pela Secretaria de Segurança Pública no início do ano passado, apontam que a taxa de homicídios em 2017 foi de 18,8 vítimas a cada 100 mil habitantes, bem acima do limite mínimo que torna mais fácil a posse de armas para a população.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, avaliou que o decreto “é para valer para o país inteiro”. Ele afirmou que o governo levantou um número estatístico que permitisse que todos os estados da federação passassem a ter direito à flexibilização das regras para a posse de armas. “Havia ma preocupação de que algum estado brasileiro pudesse estar abaixo desse critério, de 10 homicídios por 100 mil habitantes. Então, tomamos as medidas de fazer o congelamento nos dados de 2016, expressos no Atlas de 2018, exatamente para que nenhum cidadão, conforme foi o desejo expresso pela sociedade brasileira em 2005, querendo exercer o direito, exerce. Quem não quiser exercer o direito, não exerce”, afirmou Onyx.

Segundo o ministro, “qualquer cidadão e cidadã, em qualquer lugar do país, passa a ter o direito de ir até uma delegacia de Polícia Federal, levar os seus documentos, pedir autorização, adquirir a arma e ter a respectiva posse”.

Em entrevista após a cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro Onyx Lorenzoni comparou uma arma de fogo a um liquidificador em relação ao grau de perigo dos objetos para uma criança em ambiente doméstico. Questionado sobre como será a fiscalização dos cofres em que as armas devem ser guardadas, o ministro apontou que é preciso um cuidado redobrado e usou como exemplo um acidente doméstico com um liquidificador.

“Quem tem criança pequena, adolescentes ou pessoas com deficiência mental tem que ter um cuidado redobrado com arma. Às vezes, a gente vê criança pequena que coloca o dedo no liquidificador, liga o liquidificador, vai lá e perde o dedinho. E daí, nós vamos proibir o liquidificador? É uma questão de educação e de orientação”, disse Onyx Lorenzoni.

 


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