Uma manifestação de policiais militares, civis, bombeiros e servidores do sistema penitenciário e socioeducativo, na manhã desta quinta-feira, marcou a troca de comando da Polícia Militar de Minas Gerais, no quartel do Prado.
Eles colocaram caixões nas esquinas das ruas, simbolizando o governador Romeu Zuma (Novo), a quem acusam de descaso quanto a reivindicação de pagamento do 13º salário, que deveria ser quitado até 20 de dezembro do ano passado.
As lideranças do movimento disseram que haverá uma assembleia geral do funcionalismo estadual no próximo dia 29, no Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa, com indicativo de greve a partir de 7 de fevereiro. O governador prometeu 'boas notícias em breve para a corporação'.
O coronel da reserva Domingos Sávio de Mendonça, um dos coordenadores do movimento dos profissionais da segurança disse que o governador poderia aproveitar a entrada em caixa do IPVA para quitar os salários dos servidores e reclamou que o novo governador não abriu diálogo com a categoria “e ainda nomeou um general para nos intimidar, mas não temos medo de ninguém”.
Segundo o coronel "uma falta coletiva ao trabalho" poderá acontecer a partir de 7 de fevereiro (quinto dia útil) caso a situação não seja regularizada. Para o vice-presidente do Sindpol, delegado Marcelo Armstrong da Silva há tratamento diferenciado com o Ministério Público a Assembleia Legislativa, o Poder Judiciário que teve recomposição da inflação em seus vencimentos e veem recebendo os salários em dia, “inclusive o 13º” e que há um “desrespeito com servidores do Executivo”.
Marcelo Armstrong destacou que 25 entidades representativas dos servidores farão assembleia no dia 29, quando entregarão uma pauta mínima de reivindicações. “Em nenhum momento, nem no governo Pimentel, e nem no atual governo houve qualquer negociação. Estamos sem aumento por quatro anos”.
RECONHECE PARALISAÇÕES O novo comandante-geral da PMMG, coronel Giovanne Gomes da Silva, disse reconhecer as paralisações e greves como legítimas para qualquer segmento dentro da legalidade e da ordem, mas “somos uma instituição militar e é essa característica que nos garante da sustentabilidade da instituição, por isso temos direitos que nos são peculiares”.
Ele defendeu regime próprio de previdência e assistência, “inclusive com hospital próprio que nos apoie em momentos de dificuldades uma vez que damos nossa própria vida em defesa da sociedade”. Giovanne da Silva disse que assume o comando com o propósito de garantir a tranquilidade necessária e devida à sociedade, com "o rigor necessário. A letalidade não é nosso desejo, mas se acontecer será dentro do estrito cumprimento do poder legal, só depois de passar por todos os caminhos do uso progressivo da força, se amparando pelas leis, doutrinas e regulamentos”, disse ao comentar sobre mortes atribuídas a ações policiais.
O coronel Giovanne assumiu o comando em substituição ao Coronel Helbert Figueiredo. Ele nasceu em 20 de fevereiro de 1971 e é natural de Belo Horizonte. Foi comandante da Rotam e passa a comandar 41 mil policiais na ativa em todo o estado.