A reforma da Previdência só deve sair do papel depois de 25 de janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro voltar da viagem que fará a Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial. No evento, a ideia é que ele não fale sobre especificidades da proposta, como explicou, ontem, o vice-presidente, Hamilton Mourão, em entrevista ao Correio. Ao vetar detalhes, o governo tenta evitar cair em um dos grandes erros do então presidente Michel Temer: perder a “batalha da comunicação”. Por isso, a ordem é que a proposta fique sob sigilo até ser enviada ao Congresso, para não sofrer ataques antes da hora.
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Forças Armadas tentam impor as próprias regras na reforma da PrevidênciaProposta de Temer para Previdência pode ser aproveitada, diz BebiannoReforma da Previdência pode ser fatiada por questão estratégica, diz BebiannoOnyx Lorenzoni defende em entrevista que militares fiquem fora da reformaCom discurso um pouco diferente e, em geral, menos fatalista, entidades representativas dos servidores públicos também têm se organizado para retomar o assunto este mês e barrar algumas das mudanças que devem estar no texto.
Um item que certamente trará desgaste entre o grupo é a regra de transição para o novo regime, ainda indefinida, mas que foi considerada insatisfatória pelos servidores públicos nas negociações do governo Temer. Limitar o acúmulo de pensões e aposentadorias também gerou muitos problemas no andamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287. Os servidores participaram ativamente dessas discussões e foram responsáveis, em grande parte, pela retirada desse ponto da versão final do texto, mesmo depois de a equipe técnica ter discutido várias opções mais amenas.
Até entidades que se posicionam a favor da reforma, como o grupo Renova Previdência, já têm reuniões internas pré-agendadas para o fim do mês, com o objetivo de discutir, de forma crítica, o texto que será apresentado pelo governo.
Ruralista chefiará Serviço Florestal
O deputado da bancada ruralista Valdir Colatto (MDB-SC), conhecido por defender causas como a liberação da caça profissional de fauna silvestre no Brasil, foi indicado, na quarta-feira, para chefiar o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que foi transferido do Ministério do Meio Ambiente para o Ministério da Agricultura (Mapa) pelo presidente Jair Bolsonaro. O nome foi apresentado pela ministra Tereza Cristina.