“Ao Olavo eu devo o conhecimento que eu tenho. Todos nós brasileiros devemos ao professor Olavo. Devo sim, a ele, outras coisas. Mas a eleição não.” A frase é da deputada federal eleita Carla Zambelli (PSL-SP) em resposta a Olavo Carvalho, aquele, como registrado aqui ontem, que atacou: “Vocês estão fazendo uma loucura. Vocês estão entregando o Brasil para a China. Vocês são idiotas?”.
E a deputada Carla Zambelli, dizendo ter havido “erro de comunicação grande”, preferiu pedir ajuda aos telespectadores, ops, ao presidente: “A gente não ouviu da boca do Bolsonaro nenhum desagravo. Em nenhum momento ele nos chamou a atenção. Se gerasse esse mal-estar que foi dito em algumas redes, acho que ele teria chegado até nós para conversar”.
Tem alguma novidade na postura de Carla Zambelli? Tem não, você vai se lembrar.
Já chega, mas vale um último registro: “Estou falida depois do impeachment”, disse a ativista. Melhor então mudar de assunto. Deixa a futura deputada pra lá. Barraco por barraco, o comportamento dela já vem de longe.
Mesmo sendo velha, só que não dá para passar longe da notícia de que agora é fato consumado. Deu no Diário Oficial da União a nomeação do ex-presidente do Atlético Daniel Nepomuceno como vice-ministro do deputado federal licenciado Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo.
A pasta correu o risco de ser ligada a outros ministérios, como Cidades, Meio Ambiente, Esporte e Integração Nacional, mas não vingou. Ficou sozinha. Quanto ao ditado futebol e política não se misturam já faz tempo que não é levado em conta pelos governos do país afora.
Por fim, tem a sopa de letrinhas: “O Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI iniciou na última quinta-feira, 10, em Brasília, uma rotina inédita com a realização de visitas técnicas às Instalações Técnicas Secundárias – ITSs das Autoridades de Registro – ARs integrantes da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil.
Entendeu? Nem eu. Só deu para saber que “a ação, que teve início em Brasília, será permanente”. Durante o ano, “Instalações Técnicas de todos os estados brasileiros passarão pela vistoria”. Sendo assim, o jeito é ficar por aqui, à espera da vistoria.
Sem urgência
A caneta do ministro Luiz Fux, de plantão no Supremo Tribunal Federal (STF), esteve gastando tinta ontem, só que, desta vez, ele não considerou urgente o pedido do PCdoB para suspender o decreto das armas, aquele que facilita a posse, desde que em casa. Já que falamos do partido, bastam alguns exemplos de Manuela D’Ávila, a gaúcha comunista, que está terminando o mandato de deputada estadual no Rio Grande do Sul.
“Os camaradas”
São antigos, mas valem: “A luta dos nossos camaradas no Araguaia está tatuada em nossos pensamentos, são partes da nossa luta para que a história não seja esquecida”. E atacou a imprensa, que “não deu a devida cobertura aos fatos” e relembra documentários que “são partes da nossa luta justamente para que a história não seja esquecida”. Ainda de Manuela D’Ávila.
Virou mania
No governo Bolsonaro a máxima de que política e futebol não se discutem virou passado. Quem registra é o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Onyx Lorenzoni.
Está no jogo
Ciro Gomes (PDT) fora da política? Nada disso, muito antes pelo contrário. O que o ex-ministro, ex-governador e por aí vai pretende é continuar, só que em um novo e contemporâneo jogo. Ciro avisa que será por dentro do sistema. Tanto que aprova, como registra o deputado reeleito Mário Heringer (PDT-MG), os projetos que sejam contemporâneos e importantes para o país. O PDT quer também um lugar na Mesa Diretora da Câmara, talvez para o próprio Heringer. A ressalva dele, no entanto, é clara: “Só não me peçam para votar a favor da reforma da Previdência”.
Cruzeiro do Sul
Por fim, uma notícia velha, só que agora é oficial. “DECRETO DE 17 DE JANEIRO DE 2019 – O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso XXI, da Constituição, e na qualidade de Grão-Mestre da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, resolve ADMITIR, na Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, no grau de Grã-Cruz, BENJAMIN NETANYAHU, Primeiro-Ministro do Estado de Israel.
PINGAFOGO
Agora é fato. Já está em vigor a medida provisória (MP) de combate às fraudes nos benefícios do INSS, leia-se especialmente as aposentadorias. O presidente Jair Bolsonaro, pelo jeito, colocou um boi na sala ao assiná-la. O real objetivo do governo é medir o quanto elas são irregulares.
É uma espécie de checar a margem de erro para a reforma da Previdência de fato. A pesquisa pode mostrar até quanto de economia ela pode chegar. Nos cálculos atuais, a previsão é de R$ 9,8 bilhões, o que permite uma boa amostragem.
General de Exército da reserva que é, o vice-presidente Hamilton Mourão já avisou que vai despachar de seu próprio gabinete enquanto o presidente estiver em Davos, na Suíça. É em respeito à hierarquia. Afinal, o comandante-chefe é Bolsonaro.
“Em São Paulo, recorda-se de episódio de quando levou dinheiro em espécie a Lula dentro de caixa de uísque até o aeroporto de Congonhas, sendo que no caminho até o local recebeu constantes chamadas telefônicas de Lula cobrando a entrega.”
A frase vem da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. Caixa de uísque? O ex-presidente Lula jamais rejeitaria.
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