O empreiteiro José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, assinou um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). O executivo está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). A informação foi revelada pelo jornal "O Globo" e confirmada pelo O Estado de S. Paulo.
Sigiloso, o documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver autoridades com foro privilegiado. O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, deve decidir se homologa ou não o acordo de colaboração premiada depois que o tribunal retomar suas atividades, em fevereiro.
A negociação do acordo de colaboração premiada levou anos. Em agosto de 2016, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot suspendeu as negociações, após o vazamento de informações sobre as tratativas entre o empresário e investigadores da Lava Jato.
Em novembro do ano passado, Léo Pinheiro declarou à juíza Gabriela Hardt que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado no âmbito da Lava Jato, se comportava como proprietário do sítio de Atibaia e como real beneficiário das obras que a empreiteira realizou no imóvel localizado no interior de São Paulo.
Segundo o empresário, foi Lula quem o chamou para conversarem sobre as obras do sítio, mas nunca o ex-presidente teria demonstrado preocupação em saber detalhes dos valores empenhados. Ele estima que a empreiteira desembolsou entre R$ 350 mil e R$ 450 mil nas obras de melhorias da área - apenas a cozinha ficou em R$ 170 mil. Léo Pinheiro também é acusado nesta ação do sítio.
A defesa de Léo Pinheiro informou que não iria se manifestar. Procurada, a Secretaria de Comunicação Social da PGR não soube dar detalhes sobre a assinatura do acordo.
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