O governador Romeu Zema (Novo) terá de lidar com quatro blocos de parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas Gerais: um governista, um de oposição e outros dois chamados independentes, ou 'do meio', que já tem um diálogo aberto e de proximidade com o Executivo, mas também podem dar trabalho na hora de algumas votações. A articulação foi costurada pelos caciques do Legislativo e já é dada como certa.
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Líder do governo de Zema na ALMG deve ser o mesmo de AnastasiaDeputado Luiz Humberto, do PSDB, será líder de governo Zema na Assembleia Zema diz que instituições e órgãos estaduais não terão foto dele afixadaALMG proíbe presença de imprensa na entrada do plenário da CasaZema terá mais um líder tucano na ALMG; veja como ficaram os blocosZema já articula parceria para decidir futuro do Palácio das MangabeirasPelas contas dos parlamentares, o número de parlamentares por bloco deve ficar equilibrado. A oposição terá 16 ou 17 deputados e os outros três blocos terão cerca de 20 nomes cada. A frente de oposição será puxada por PT, que já procurou Rede, Psol e PCdoB, além dos partidos que estiveram na coligação do governador Fernando Pimentel (PR e PSD) para tentar uma adesão. A base, por enquanto, conta com o partido do governador, o Novo, o PSDB e o PSC. O PV do futuro presidente da Casa Agostinho Patrus deve ficar em um dos blocos junto com partidos como PDT, MDB e PRB.
Segundo o líder de governo Luiz Humberto (PSDB), que já conversou com o futuro presidente da Assembleia sobre o assunto, a formação dos quatro blocos é a mais viável.
Mesmo com a formação de dois blocos independentes, o líder de Zema está otimista em relação ao número de votos do governador na Assembleia. “Ainda é cedo para falar, mas o que estamos sentido é que muitos deputados estão dispostos a contribuir com o governo. As mudanças terão de ser feitas porque a eleição deixou claro que a população quer e, se não houver isso, Minas não sai do buraco”, disse.
Zema dependerá da Assembleia principalmente no início do governo, quando precisará de votos para aprovar a reforma administrativa e as propostas para se adequar ao que a União exige para conceder a renegociação da dívida do estado. Entre essas medidas estão as polêmicas privatizações e a elevação da alíquota de contribuição dos servidores ao Instituto de Previdência (IPSEMG), já adiantadas por Zema. As duas medidas são as que mais devem dar trabalho, pois serão alvo de críticas da oposição e entre os chamados independentes.
Privatizações e Previdência
A privatização das estatais, por exemplo, já é condenada pela oposição.
O deputado Sargento Rodrigues (PTB), que estará em um dos blocos independentes, diz ser favorável à reforma administrativa e que a privatização vai depender da forma que o Executivo enviar o projeto. Antecipou, porém, que vai ser contra o aumento da contribuição previdenciária dos servidores. “Sou a favor de toda medida que venha no sentido da austeridade, essas terão meu voto e apoio. Mas sou contra o aumento da contribuição previdenciária do servidor e da idade mínima para aposentadoria. Para isso serei uma barreira e vou usar todo artifício regimental para não permitir”, antecipou.
Outro que promete fazer barulho é o deputado estadual Alencar da Silveira (PDT), que vem criticando Zema nas redes sociais e afirma que estará entre os independentes.
Nas últimas semanas, Alencar já criticou o uso do avião do governo pelo novo governador e apresentou um projeto de lei para que Zema e os secretários possam doar 99% do salário. De acordo com ele, não se trata de ser oposição, mas de ajudar o eleito a cumprir as promessas de campanha. “A mentira acaba no dia da eleição e no começo do mandato”, afirmou. .