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Estado de Minas

Zema terá de negociar com oposição e dois blocos 'independentes' na ALMG

A configuração em quatro grupos foi articulada pelos caciques do Legislativo e já é dada como certa


postado em 24/01/2019 11:36 / atualizado em 24/01/2019 13:34

Zema precisará da Assembleia principalmente no início da gestão, para aprovar as reformas propostas(foto: Edesio Ferreira EM D.A Press)
Zema precisará da Assembleia principalmente no início da gestão, para aprovar as reformas propostas (foto: Edesio Ferreira EM D.A Press)

O governador Romeu Zema (Novo) terá de lidar com quatro blocos de parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas Gerais: um governista, um de oposição e outros dois chamados independentes, ou 'do meio', que já tem um diálogo aberto e de proximidade com o Executivo, mas também podem dar trabalho na hora de algumas votações. A articulação foi costurada pelos caciques do Legislativo e já é dada como certa.

Depois da definição do líder de governo na Assembleia e a uma semana da posse dos parlamentares, a hora é de definir entre os 28 partidos com representação quais estarão em qual frente.

Pelas contas dos parlamentares, o número de parlamentares por bloco deve ficar equilibrado. A oposição terá 16 ou 17 deputados e os outros três blocos terão cerca de 20 nomes cada. A frente de oposição será puxada por PT, que já procurou Rede, Psol e PCdoB, além dos partidos que estiveram na coligação do governador Fernando Pimentel (PR e PSD) para tentar uma adesão. A base, por enquanto, conta com o partido do governador, o Novo, o PSDB e o PSC. O PV do futuro presidente da Casa Agostinho Patrus deve ficar em um dos blocos junto com partidos como PDT, MDB e PRB.


Segundo o líder de governo Luiz Humberto (PSDB), que já conversou com o futuro presidente da Assembleia sobre o assunto, a formação dos quatro blocos é a mais viável. Ele considera ser preciso agilizar a decisão dos partidos para que a composição das comissões temáticas da Casa seja mais tranquila. Na Legislatura passada, as divergências acabaram adindo a indicação dos nomes e, com ela, o início dos trabalhos.

Mesmo com a formação de dois blocos independentes, o líder de Zema está otimista em relação ao número de votos do governador na Assembleia. “Ainda é cedo para falar, mas o que estamos sentido é que muitos deputados estão dispostos a contribuir com o governo. As mudanças terão de ser feitas porque a eleição deixou claro que a população quer e, se não houver isso, Minas não sai do buraco”, disse.


Zema dependerá da Assembleia principalmente no início do governo, quando precisará de votos para aprovar a reforma administrativa e as propostas para se adequar ao que a União exige para conceder a renegociação da dívida do estado. Entre essas medidas estão as polêmicas privatizações e a elevação da alíquota de contribuição dos servidores ao Instituto de Previdência (IPSEMG), já adiantadas por Zema. As duas medidas são as que mais devem dar trabalho, pois serão alvo de críticas da oposição e entre os chamados independentes. 

Privatizações e Previdência


A privatização das estatais, por exemplo, já é condenada pela oposição. “O governador Zema ganhou a eleição com um projeto de retirada de direitos dos servidores públicos e de privatização das estatais, que precariza o serviço e aumenta a conta. Vou ser opositora a tudo isso. O governo não pode achar que tem um cheque em branco porque ganhou com 70%, para isso existem os poderes, para fiscalizar”, afirmou a deputada eleita pelo PT Beatriz Cerqueira. 

O deputado Sargento Rodrigues (PTB), que estará em um dos blocos independentes, diz ser favorável à reforma administrativa e que a privatização vai depender da forma que o Executivo enviar o projeto. Antecipou, porém, que vai ser contra o aumento da contribuição previdenciária dos servidores. “Sou a favor de toda medida que venha no sentido da austeridade, essas terão meu voto e apoio. Mas sou contra o aumento da contribuição previdenciária do servidor e da idade mínima para aposentadoria. Para isso serei uma barreira e vou usar todo artifício regimental para não permitir”, antecipou.

Outro que promete fazer barulho é o deputado estadual Alencar da Silveira (PDT), que vem criticando Zema nas redes sociais e afirma que estará entre os independentes. “Não tem mais isso de oposição e situação, com o orçamento impositivo e as redes sociais vamos ter a independência do Poder Legislativo”, disse. Silveira promete votar com Zema no que for bom para o estado e contra ele no que considerar ruim. 

Nas últimas semanas, Alencar já criticou o uso do avião do governo pelo novo governador e apresentou um projeto de lei para que Zema e os secretários possam doar 99% do salário. De acordo com ele, não se trata de ser oposição, mas de ajudar o eleito a cumprir as promessas de campanha. “A mentira acaba no dia da eleição e no começo do mandato”, afirmou.


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