“Respeite o Jean, Jair, e segura sua empolgação. Sai um LGBT mas entra outro, e que vem do Jacarezinho. Outro que em 2 anos aprovou mais projetos que você em 28. Nos vemos em Brasília”. O tweet do vereador David Miranda (Psol), do Rio de Janeiro, suplente de Jean Wyllys na Câmara dos Deputados, mostra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Câmara dos Deputados não vai ter trégua das críticas ao governo com a saída de Jean.
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'Sai um LGBT, mas entra outro', diz suplente de Jean Wyllys em resposta a Bolsonaro No Twitter, Jean Wyllys diz que está preservando a própria vida ao deixar mandatoCom medo de ameaças, Jean Wyllys não assumirá novo mandato e deixará o BrasilJuiz cita 'impacto negativo na imagem' ao negar quebra de sigilo de David MirandaSubstituto de Jean, deputado David Miranda está entre os 10 líderes da próxima geração Após polêmica, Bolsonaro diz que mensagem foi para comemorar 'missão' em DavosDavid, de 33 anos, é o primeiro vereador assumidamente gay do Rio de Janeiro. Nascido na favela do Jacarezinho, no Rio, ele já foi engraxate, faxineiro, office boy, panfleteiro e caixa de comércio.
Colega da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em março, David conquistou em 2016 cadeira na Câmara Municipal do Rio, representando o mandato coletivo Juntos!, com 7.012 votos.
Formado em Comunicação, ele é casado há 13 anos com o jornalista americano Glenn Greenwald, com quem tem dois filhos. Ontem, ele postou uma foto da família no Facebook, agradecendo o apoio para assumir o cargo em Brasília.
“Nosso desejo é que um dia todas as pessoas possam se sentir verdadeiramente amadas e respeitadas. Isso é o que mais importa.
O marido de David foi o jornalista que revelou esquema de espionagem em massa nos Estados Unidos baseadas em documentos fornecidos por Edward Snowden, ex-agente da Agência Nacional de Segurança, a NSA.
Numa conexão no Reino Unido, David acaba detido pela Polícia Metropolitana de Londres e passou 9 horas sendo interrogado, por causa dessas investigações de espionagem.