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Estado de Minas

OAB-MG recorre para que advogado de Adélio Bispo não revele quem pagou seus honorários

Em 21 de dezembro passado, o advogado foi alvo de mandados de busca e apreensão, autorizados pelo juiz Bruno Souza Savino, da Terceira Vara Federal de Juiz de Fora


postado em 25/01/2019 14:11

(foto: Divulgacao/Assessoria de Comunicacao )
(foto: Divulgacao/Assessoria de Comunicacao )

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Minas Gerais entrou com mandado de segurança junto Tribunal Regional Federal (TRF) da Primeira Região (TRF1) em Brasilia, para que o advogado Zanone Manuel de Oliveira não seja obrigado a informar quem pagou seus honorários para que ele atuasse na defesa de Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante um ato de campanha eleitoral. O crime aconteceu no inicio de setembro, em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

No dia 21 de dezembro passado, o advogado foi alvo de mandados de busca e apreensão, autorizados pelo juiz Bruno Souza Savino, da Terceira Vara Federal de Juiz de Fora. Os mandados foram cumpridos pela Policia Federal em um hotel em Contagem, na região Metropolitana, onde Zanone Manuel de Oliveira mora e possui um escritório.

Foram apreendidos um telefone celular do advogado e um HD com câmeras de segurança do prédio. Teria sido feita ainda a apreensão de livros de caixa, recibos e comprovantes de pagamentos de honorários de Zanone, segundo a OAB-MG.

Em entrevista ao Estado de Minas, na tarde desta sexta-feira, o diretor de Comunicação da OAB-MG, Raimundo Cândido Neto, argumentou que a segurança impetrado não está relacionada ao fato de envolver o ataque ao presidente Bolsonaro e também não vinculo com algum interesse da entidade em esconder informações sobre o caso.

“O objetivo é proteger o sigilo profissional. Não podemos permitir a violação do sigilo profissional assegurado por lei federal. A Constituição Federal garante o sigilo nas relações advogado/cliente para a proteção dos cidadãos”, assegurou Cândido Neto.

Adélio Bispo de Oliveira, que é natural de Montes Claros (Norte de Minas), esfaqueou Jair Bolsonaro no último dia 6 de setembro durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG). O então presidenciável do PSL ficou 23 dias internado e recebeu alta ainda antes do primeiro turno das eleições que o elegeram presidente.

No dia 6 de dezembro, em entrevista ao Estado de Minas, o advogado criminalista Zanone Manuel de Oliveira Junior revelou que apresentou o valor de R$ 300 mil para defesa de Adelio Bispo até a fase final do processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

Também no inicio de dezembro, Reportagem publicada pelo site da Revista Veja revelou que em depoimento sigiloso à Polícia Federal, o advogado Zanone Oliveira contou detalhes de como foi contratado para defender o esfaqueador de Bolsonaro.

Segundo o texto, no depoimento Zanone disse que foi contratado por “um desconhecido”, com o qual se reuniu em seu escritório em Belo Horizonte na manhã de 7 de setembro, e que, na ocasião, o advogado disse que cobrava, em média, R$ 150 mil em honorários.

Mas, ainda segundo o site da revista, o “contratante” achou o valor alto. “O criminalista, então, topou dar um desconto de 83% — e receber R$ 25 mil até a conclusão da investigação da Polícia Federal. “Aquela pessoa aceitou a proposta e pagou inicialmente o valor de R$ 5 mil em dinheiro”, disse Zanone. O restante seria pago em outras parcelas mensais. No entanto, o interessado em ajudar Adélio “desapareceu”, relatou a reportagem de “Veja”.


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