São Paulo – Perto de completar um ano de prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não pagou ou propôs parcelamento de sua dívida com a Justiça Federal pela condenação na Operação Lava-Jato no caso do triplex do Guarujá. São mais de R$ 30 milhões de multa e reparação de danos. Ele foi intimado pela Polícia Federal da “advertência” dada pela juíza federal Carolina Lebbos Moura – responsável pelo processo de execução da pena – sobre as consequências de sua inadimplência.
O valor cobrado é resultado de sua condenação em segunda instância, em janeiro de 2018, por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por receber propinas da OAS em contratos da Petrobras. Pessoalmente, recebeu R$ 1 milhão em obras e benfeitorias no apartamento triplex do Guarujá (SP). Na ordem de execução provisória da pena, foi calculado o valor a ser pago pelo ex-presidente – quantia que é corrigida mensalmente. Em cálculo feito em agosto de 2018, eram R$ 28 milhões de reparação de danos/ressarcimento e R$ 1,2 milhão de multa e custas.
“Conforme já consignado na decisão de evento 303, consoante entendimento atual do Supremo Tribunal Federal (EP12-AgR), o inadimplemento injustificado da pena de multa impede a progressão de regime prisional. Na mesma linha, a ausência de reparação dos danos causados obsta a progressão de regime”, escreveu a juíza.
INADIMPLÊNCIA
Preso desde 7 de abril de 2018, após condenação em definitivo em segundo grau, Lula está em cela especial na sede da Polícia Federal em Curitiba. No mesmo despacho de sexta-feira, em que adverte Lula sobre os riscos da inadimplência, a juíza substituta endureceu as regras de visita para o condenado. Além de determinar que Fernando Haddad, o candidato derrotado do PT à Presidência, deixe de visitar a cela todos os dias da semana como advogado do petista, cortou as visitas de religiosos permitidas todas as segundas-feiras. Lula está condenado a 12 anos e um mês de prisão no processo do triplex do Guarujá. O ex-presidente também está prestes a ser sentenciado em outras duas ações penais em Curitiba: a do sítio de Atibaia e a do terreno do Instituto Lula.