Pressionado por protestos de servidores e com o Estado afundado numa crise fiscal, o governador Romeu Zema (Novo) evitou a imprensa e se limitou a ler texto de 14 minutos na cerimônia de posse dos novos deputados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ele citou por várias vezes a renegociação da dívida com a União
e a situação "critica" dos cofres públicos.
Em sua mensagem ao Poder Legislativo, o governador Zema afirmou que pretende estar presente na ALMG para discutir propostas e falou da situação difícil do caixa estadual. “O passivo encontrado por esse governo chega a R$ 30 bilhões. Desde 2010, as despesas com pessoal excedem o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal", afirmou.
Servidores públicos da área de segurança pública caminharam desde a Assembleia até a Praça Sete, num cortejo fúnebre com caixões para enterrar o "Zeca", em referência ao governador Romeu Zema.
Ao contrário da cerimônia de diplomação onde houve brigas após alguns deputados de esquerda levarem placas "Lula Livre" e em homenagem a ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em março, e serem confrontados, não houve nesta sexta-feira manifestação que gerasse confusão.
O presidente da sessão, Dr. Hely, deputado mais velho, pediu três vezes para que os parlamentares evitassem manifestações partidárias. Enquanto os deputados assinaram termo de posse e fizeram juramento, houve uma manifestação contra a Vale.
CPI da mineração
Uma das reivindicações é a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar as mineradoras em Minas. A assessoria da deputada Beatriz Cerqueira (PT), novata na ALMG, informou que já há 31 assinaturas para abrir uma CPI das mineradoras, cinco a mais do que o necessário.
No hall da Casa Legislativa, cidadãos também pediram a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, houve protesto de servidores contra o governo de Minas, pelo pagamento do 13º salário. O governo anunciou esta semana que o benefício será parcelado em onze vezes.