Insatisfeitos com o parcelamento dos salários e o pagamento do 13º salário em 11 vezes, policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenciários ameaçam cruzar os braços nos próximos dias.
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Servidores tentam invadir o plenário da Assembleia pelo pagamento 13º salárioZema anuncia que 13º dos servidores de Minas será pago em 11 vezes a partir de fevereiro Vice de Zema diz que é preciso escolher se paga prefeitos ou servidoresSTF impede bloqueio de R$ 136 milhões em repasses da União para MGZema anuncia nova escala de pagamento do 13º salário para os servidoresZema divulga contracheque do 13º para servidores, que receberão em 11 vezesAgostinho Patrus (PV) é eleito presidente da Assembleia Legislativa de MinasCerca de 6 mil pessoas, segundo os organizadores, fecharam o quarteirão da rua Rodrigues Caldas, em frente à Assembleia, e do alto de um carro de som, representantes de cada categoria se revezaram em discursos de protesto ao governo estadual e reclamação da falta de dinheiro para pagar as contas.
“Se o Zema não pagar, nós vamos parar”, gritavam a todo instante. “Governo nenhum se mantém sem a segurança pública”, alertou um policial. “Houve aumento para deputados e juízes. Nós fomos obrigados a prejudicar nosso Natal porque não tivemos o 13°”, reclamou outro.
Faixas traziam frases como “Governador, o 13° salário não é carnê da Eletrozema”, em alusão às lojas de eletrodomésticos da família. O clima beligerante na porta da Assembleia chegou também ao plenário da Casa. Pouco antes do início da solenidade de posse dos deputados, servidores tentaram entrar no salão.
Eles gritavam “Zema caloteiro, cadê meu 13º?”.
Alguns chutaram a porta e até ameaçaram jogar uma cadeira para quebrar os vidros e liberar o acesso. O deputado Sargento Rodrigues (PDT) tentou acalmar os ânimos dos policiais, mas a tensão continuou por cerca de meia hora, atrasando o início da cerimônia.
Enquanto isso, do lado de fora, a política gerava momentos de tensão entre os próprios manifestantes. Quando foi dito que a política salarial do governo Romeu Zema é a mesma do PT, populares que protestavam no mesmo lugar contra a Vale e homenageavam as vítimas da tragédia de Brumadinho, vaiaram fortemente os policiais.
Em resposta, eles começaram a gritar “Lula ladrão”. Mais cedo, já haviam expulsado da Praça da Assembleia, alguns manifestantes que levaram cartazes com os dizeres “Lula Livre”. Os ânimos só acalmaram quando um policial usou o microfone para alertar para a importância de todos estarem unidos em defesa dos servidores – além deles, o movimento ganhou a adesão de funcionário da saúde e educação.
Da Assembleia, cerca de 200 manifestantes seguiram em passeata para a Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte. Eles queimaram dois caixões simbolizando a morte de Zema.
No fim da passeata, as pessoas rezaram uma oração em homenagem às vítimas e aos bombeiros, que trabalham no resgaste dos corpos do desastre de Brumadinho.