Brasília – O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defendeu ontem a investigação da denúncia de que o ministro do Turismo e deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) tenha patrocinado um esquema de candidaturas femininas de fachada durante a campanha eleitoral para direcionar verbas públicas a empresas ligadas a seu gabinete parlamentar. Mourão considerou que se confirmada, é grave a denúncia, divulgada pela Folha de S.Paulo. Além de coordenador da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) em Minas Gerais, Marcelo Álvaro Antônio, que foi o deputado federal eleito mais votado no estado, é presidente do PSL mineiro. “Qualquer denúncia tem de ser apurada, a Justiça que faça o seu papel”, afirmou Hamilton Mourão. “Se for verdadeira, é grave. Temos de ver até onde há verdade nisso aí”, acrescentou.
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Marcelo Álvaro Antônio (PR) registra candidatura a prefeito de Belo HorizonteMinistro do Turismo usou laranjas para desviar recursos eleitorais; ele negaEx-presidente do Atlético é nomeado número 2 do Ministério do TurismoPressionado, Bolsonaro resiste a exonerar ministro do TurismoMarcelo Álvaro Antonio diz que PSL agiu dentro da lei eleitoralMinistro do Turismo foi exonerado para tomar posse como deputado, diz assessoriaMinistros voltam a se reunir para avaliar ações e discutir prioridadesO porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que não cabe ao presidente Jair Bolsonaro se manifestar sobre a revelação de que o ministro Marcelo Álvaro Antônio patrocinou esquema de candidaturas laranjas que direcionou verbas públicas a empresas ligadas ao seu gabinete. “Não, ele (Bolsonaro) não comentou e não comentaria porque esse é um assunto que deve estar restrito ao próprio ministro e as respostas a esse tema a ele devem ser direcionadas a ele”, afirmou Rêgo Barros.
Segundo a denúncia, após indicação do PSL de Minas, o comando nacional do partido de Bolsonaro repassou R$ 279 mil a quatro candidatas.
Complicador A situação de Marcelo Álvaro Antônio se complica, contudo, com representação feita ao Ministério Público em 18 de dezembro passado, pela professora aposentada Cleuzenir Barbosa, candidata a deputada estadual pelo PSL de Minas, que disse ter sido coagida por assessores do candidato a devolver R$ 50 mil dos R$ 60 mil de verba pública de campanha que ela havia recebido da legenda. Segundo a Folha de S.Paulo, a denúncia está sob análise da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.
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