O acordo costurado pelo novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para os cargos na cúpula da Casa vai incluir espaço para o MDB, do seu adversário Renan Calheiros (AL), e também para o filho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). A eleição interna está marcada para esta quarta-feira, 6.
Leia Mais
Um dia após receber o caso Queiroz, promotor se declara suspeitoApós ameaça de processo, ministro da Educação se retrata com mãe de CazuzaDecote da deputada Paulinha não quebra decoro, dizem advogadosTribunal Regional Eleitoral torna Pezão inelegível até 2022Adalclever Lopes vai atuar como consultor de relações institucionais na PBHBolsonaro tem melhora clínica e já se alimenta de líquidos, diz boletim médicoFlávio Bolsonaro se filia ao Patriota Collor e Flávio Bolsonaro vão comandar comissão no SenadoFlávio Bolsonaro processa William Bonner e Renata VasconcellosFlávio Bolsonaro depõe nesta segunda-feira sobre acusação de vazamentoCaso Queiroz: MP retoma investigação com foco em Flávio BolsonaroAções no TSE e Supremo miram contas de Davi AlcolumbreO filho de Jair Bolsonaro decidiu adotar postura discreta nas negociações no Senado após a eclosão do caso envolvendo o seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Fabrício Queiroz, que teve movimentações financeiras consideradas atípicas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo em dezembro.
Questionado sobre as suspeitas envolvendo Flávio, o presidente do Senado afirmou que é preciso aguardar. "O partido vai indicar o quadro que decidir, não posso me meter nessa indicação do PSL. O PSL deverá ter uma vaga na presidência de comissão e vai compor a Mesa, sim, como os outros partidos", afirmou. "Investigados têm tantos nomes aí no Brasil. É preciso aguardar e ter tranquilidade."
Apesar de ter apenas quatro senadores, Alcolumbre decidiu abrir espaço ao PSL pelo fato de ser o partido do presidente e pela influência que tem no governo federal. A sigla também reivindica espaço em outras duas comissões na Casa, de Agricultura e de Segurança Pública - esta ainda deve ser criada por iniciativa de Alcolumbre, com aval da Casa Civil.
Também terão postos na Mesa do Senado - o grupo de sete senadores que comandam os trabalhos da Casa - PSDB, Podemos e PSD. A quarta secretaria será negociada entre quatro legendas: PT, PP, PDT e PSB.
Proporcionalidade.
Pelo acordo, caberá ao MDB a segunda secretaria. O partido tem a maior bancada da Casa, mas foi derrotado na eleição para a presidência, quando indicou Renan para disputa contra Alcolumbre. O emedebista, porém, desistiu no meio da votação.
Apesar do tom de conciliação adotado pelo presidente do Senado ao oferecer o posto na cúpula da Casa ao partido, o líder da sigla, Eduardo Braga (AM), deixou uma reunião com os demais líderes, ontem, reclamando.
"Registrei claramente a nossa preocupação com a questão da proporcionalidade, que é muito importante nas horas mais íngremes de um Parlamento. Se você não tiver critérios, você acaba gerando impasses.. Obviamente a gente reconhece que há uma circunstância política. Houve uma disputa e nós não vencemos a disputa. Então eles estão colocando a segunda secretaria (para o MDB). Eu registrei que o MDB, pela proporcionalidade, deveria ter duas cadeiras na Mesa", disse.
Pelo regimento do Senado, a participação proporcional dos partidos e blocos deve ser respeitada "tanto quanto possível". Isso quer dizer que as siglas com maior número de parlamentares têm preferência nas escolhas de cargos na Comissão Diretora e em comissões.
Braga admite que pode indicar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) para o cargo, como um gesto de "bom senso". Nos bastidores, quem ganha força entre os emedebistas é Eduardo Gomes (MDB-TO).