Para tranquilizar o mercado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que as modificações na legislação trabalhista não serão previstas na reforma da Previdência, como havia sido especulado. A inclusão dessas mudanças poderia tirar o foco do ajuste fiscal e retardar a discussão no Congresso. A equipe econômica quer urgência para aprovar o texto, mas alguns analistas acreditam que não haverá tempo hábil para realizar o feito no primeiro semestre.
Isso porque o envio de uma nova Proposta de Emenda Constitucional (PEC) demanda uma discussão mais demorada. O governo federal poderia utilizar parte do texto da reforma proposta pela gestão Michel Temer para acelerar o trâmite. “Demora um pouco mais”, admitiu Guedes. “Se fosse uma reforma um pouco parecida com a do governo Temer... Ela poderia se transformar numa emenda aglutinativa. Mas estamos propondo mudanças de sistemas.
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De acordo com o ministro, a Previdência se sustenta hoje por encargos trabalhistas sobre as empresas, o que, segundo ele, limita a produtividade e faz com que 46 milhões de pessoas não contribuam financeiramente para o sistema.
Mudanças
Aí entram as mudanças na legislação. Guedes quer implementar a carteira verde e amarela, que diminui direitos para que mais jovens tenham oportunidades de trabalho. “É um programa de regime previdenciário diferente, para que a empregabilidade seja enorme. E o índice de empregabilidade seja de quase 100%. E, aí, é o que o presidente disse: talvez a gente esteja indo em direção à escolha de dois sistemas”, explicou o ministro. “Você pode escolher a opção de muitos direitos e poucos empregos. E pode escolher muitos empregos, e esses direitos são os que você escolheu ter.
Paulo Guedes fez fortes críticas aos sindicatos e aos interesses corporativistas para barrar a reforma da Previdência. “Os sindicatos, na verdade, foram criados num governo fascista. O regime trabalhista brasileiro é oriundo da Carta Del Lavoro, que é fascista, do ditador Mussolini, na Itália. Ele criou lideranças obsoletas, falsas que, na verdade, trabalhavam contra os interesses dos trabalhadores”, criticou. “São falsas lideranças que aprisionaram o Brasil num sistema obsoleto, que fabrica privilégios, sustenta diferenças e iniquidades e, o pior, está afundando o país. Os sindicatos devem ter paciência também. A única certeza que podem ter é de que a vida não vai ser como antigamente, quando os líderes sindicais tinham uma vida muito boa à custa dos trabalhadores”, complementou.
Forças Armadas vão participar
Uma forma de dar mais popularidade e celeridade na aprovação foi incluir os militares no texto.