A mentalidade dos estudantes de direito, que buscavam o serviço público pela estabilidade e aposentadoria diferenciada, passará por mudanças com a aprovação da reforma da Previdência. A avaliação é do advogado e mestre em direito empresarial Thales Catta Preta, novo diretor do curso de direito do UniBH, que aponta a valorização do empreendedorismo e da autonomia profissional como novos objetivos dos estudantes.
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Reforma prevê idade mínima de 57 e 62 anosPrevidência: governo quer ajustes para dar segurança a investidoresEntre os pontos da reforma da Previdência que está sendo discutida pela equipe econômica do governo federal estão os benefícios dos servidores públicos. Hoje, ao se aposentar, essa categoria recebe o mesmo valor que ganhava na ativa. A reforma pretende levar a regra do teto do INSS (atualmente em R$ 5,8 mil) para o funcionalismo público.
Além da mudança nos benefícios aos servidores, a reforma tratará também de alterações na idade mínima para se aposentar e a possível implementação de um regime de capitalização. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), a reforma precisa do apoio mínimo de três quintos dos deputados (308 dos 513) para ser aprovada e enviada ao Senado.
Nesta semana, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), avaliou que dentro de dois meses é possível votar o texto no plenário, mas como vários temas do projeto seguem indefinidos, a tramitação pode ser mais lenta do que o prometido pelo parlamentar.
Para Thales Catta Preta, as mudanças na expectativa dos estudantes de direito já são sentidas nas universidades pelo país e as novas gerações não priorizam tanto a estabilidade quanto gerações passadas.
“O perfil do jovem hoje é muito mais empreendedor do que das gerações passadas.
Diante da mudança das regras previdenciárias e do perfil dos futuros advogados, as experiências profissionais adquiridas ao longo da formação e da carreira se tornam um diferencial para advogados.
“O mercado do futuro não vai comportar essa estrutura vertical, em que o advogado entra como júnior, depois se torna sênior, pleno e sócio. Esse modelo está fora de moda. As estratificações artificiais não vão prevalecer mais. O profissional que será valorizado é o que, até com pouco tempo de formado, conseguir acumular experiências”, afirma..