Um mês e meio depois do início da gestão, o governador Romeu Zema (Novo) teve nesta quinta-feira (14) a primeira baixa do seu governo com a saída do secretário de Saúde Wagner Eduardo Ferreira. Em seu lugar foi nomeado o médico Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva, candidato a deputado federal pelo Partido Novo derrotado nas urnas em outubro do ano passado. A troca ocorreu por questões de saúde do primeiro escolhido para a pasta.
A indicação faz parte de uma articulação para acalmar os ânimos do partido de Zema, que se sentiu desprestigiado nas posições políticas definidas pelo Palácio Tiradentes. A legenda perdeu a liderança de governo no Legislativo, por exemplo, para o PSDB.
Nos bastidores, os parlamentares também estão incomodados por não conseguir a presidência de uma comissão de peso no Legislativo. O grupo chegou a pleitear a de Fiscalização Financeira e Orçamentária mas, com o peso de apenas três cadeiras e a falta de experiência, não devem ser atendidos.
O novo secretário da Saúde Carlos Eduardo 19.683 votos e ficou como terceiro suplente do Novo para a Câmara dos Deputados. Ele é neurocirurgião de Juiz de Fora desde 1996, na Zona da Mata, onde é professor na Universidade Federal de Juiz de Fora desde 1998. Médico de carreira da rede Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), tem MBA em Gestão de Negócios e Gestão de Saúde e Segurança do Paciente. Tambénm foi presidente da Sociedade Mineira de Neurocirurgia.
O vice-líder do governo Guilherme da Cunha (NOVO) negou que a legenda tenha articulado a indicação. “Era inevitável a procura por causa das questões de saúde do secretário anterior e encontramos um nome que tem não só qualificação médica, mas experiência em gestão de saúde pública. É um acadêmico que tem pós-graduação na área mas também vivência prática”, disse.
Segundo o deputado, pesou o fato de ele ter histórico de gestão na Fhemig da Zona da Mata e ser um médico que atua na ponta do serviço.
“Não existe indicação da bancada do novo e nem isso de recompensar uma pessoa porque foi candidato. Temos candidato a deputado federal mais bem votado que ele e não está na secretaria. Além disso, se fosse questão de colocar ex-candidatos ele já estaria no cargo desde 1º de janeiro”, afirmou Guilherme da Cunha.
Como vem fazendo, Zema usou o Facebook na manhã desta quinta-feira para comunicar a troca de secretários. "Ele também passou por um processo seletivo. É um profissional com experiência tanto com medicina quanto com gestão", disse o governador.
O antigo secretário da pasta, Wagner Eduardo Ferreira, ex-presidente da Fhemig e da Feluma, praticamente não assumiu a função em razão de problemas médicos.
Cargo também na Prodemge
Em seu lugar estava atuando interinamente o delegado José Farah Junior. Em áudios que circularam na internet que seriam da época da campanha, ele havia dito que Zema não tem capacidade para distinguir o público do privado. Farah permanece no cargo de secretário adjunto de Saúde.
O Novo também emplacou na Presidência da Prodemge o candidato derrotado ao Senado Rodrigo Paiva. Com 1,3 milhão de votos, o candidato teve a quinta colocação, ficando atrás dos senadores eleitos Rodrigo Pacheco (DEM) e Carlos Viana (PSD), do ex-deputado Dinis Pinheiro (SD) e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).